Kings of Convenience - KEXP Radio Session, 13 March 2005

Kings of Convenience é um afrodisíaco desses que geram brasa ao invés de fogueira. Um rock melancólico, calmo e istigante no sentido do amor, não da paixão. Para quem gosta de The Smiths, Belle & Sebastian e bossa-nova.

01. Intro
02. Until You Understand
03. Love is No Big Truth
04. Cayman Islands
05. I Don't Know What I Can Save You From
06. Stay Out of Trouble
07. Singing Softly to Me/The Girl From Back Then
08. Homesick
09. Know-How (feat. Feist)
10. Live Long (feat. Feist)
11. The Water (performed by Feist)
12. Mushaboom (performed by Feist)
13. The Build-Up (feat. Feist)
14. Misread

KingsofConvenience.com

David Gilmour - Jokers Wild, 1966

O eterno guitarrista do Pink Floyd, David Gilmour bem jovem e antes de entrar no Pink Floyd.

1. Why Do Fools Fall In Love
2. Walk Like A Man
3. Don't Ask Me
4. Big Girls Don't Cry
5. Beautiful Delilah

DavidGilmour.com

Soma - Dramorama

Soma é uma banda da nova e excelente safra de rock da Bahia e o que salta aos ouvidos imediatamente é uma forte infuência britpop. Após três anos de experiência em palcos, a Soma lança seu primeiro registro, o EP Dramorama, que conta com 5 faixas que formam um retrato fiel da atual fase da banda. Para quem gosta de Oasis, Radiohead, Jeff Bucley...

1. Coma
2. Meu Dilema
3. Conversas & Rock 'n' Roll
4. Novo ou Velho
5. Dramorama

Capa, frente e verso

http://www.bandasoma.com.br/

Muse - Radio 1 - Maide Vale, UK [18.09.03]

O Muse em uma apresentação especial e memorável para a Radio 1 BBC, no Maide Vale, em 2003, durante a turnê do álbum "Absolution".

00. Interview
01. Radio 1 [Intro]
02. Hysteria
03. Butterflies And Hurricanes
04. Bliss
05. The Groove
06. Time Is Running Out
07. Plug In Baby
08. TSP
09. Stockholm Syndrome + Outro
10. Radio 1 [Interlude]
11. New Born + Outro
12. Radio 1 [Outro]

Site oficial: Muse.mu

Alive Records Sellection

Alive Records é um selo independente com um cast de primeira no universo indie americano. Aqui, temos uma coletânia que preparei com a nata do selo.

01. Two Gallants - Nothing to You
02. All Tomorrow's Party - Light of Love
03. Soledad Brothers - Downtown Paranoia Blues
04. The Bloody Hollies - Watch You Head
05. The Love Drunks - Revenge
06. Milky Ways - Got My Mojo Back
07. Howling Diablos - Car Wash
08. Big Midnght - Take the Blow
09. Detonations - Feel It
10. Rosetta West - The Flag
11. The Stoneage Hearts - Eye Of A Lie
12. Boyskout - Secrets
13. The Red Tyger Church - Free Energy
14. The Master Plan - Find Something Beautiful
15. Turpentine Brothers - Why Can't I Do
16. Col. Knowledge & The Lickity Splits - Someday There Will Come A Time

AliveRecords.com

Stephen McBean - 7 Songs

O canadense Stephen McBean é o homem por trás de bandas e projetos como Black Mountain, Pink Mountaintops, Jerk With A Bomb... O Black Mountain faz um som prog-rock/art rock e tem uma proximidade no som com Led Zeppelin, Pink Floyd... O Pink Mountaintops se aproxima mais da country music americana e de grupos com Smog, Sparklehorse... Enquanto o Jerk With A Bomb passeia nas praias do stoner-rock e afins...

1. Druganaut (from "Black Mountain" by Black Mountain)
2. Heart Of Snow (from "Black Mountain" by Black Mountain)
3. New Drug Queens (from "Pink Mountaintops" by Pink Mountaintops)
4. Roll'n'Roll Fantasy (from "Pink Mountaintops" by Pink Mountaintops)
5. Can You Do That Dance? (from "Pink Mountaintops" by Pink Mountaintops)
6. Don't Forget Your Love (from "Pyrokinesis" by Jerk With A Bomb)
7. Fine Health Is At Home (from "Pyrokinesis" by Jerk With A Bomb)

Video: Druganaut (directed by Heather Trawick)

Site oficial:
Stephen McBean, Black Mountain, Pink Mountaintops, Jerk With A Bomb...

Os Replicantes - 9 Canções

Os bons punks mas, surfistas calhordas Replicantes de Wander Wildner estão de volta, com turnê pela Europa e tudo. Donos de álbuns clássicos como "O Futuro É Vortex", estão prontos para serem redescobertos pelas novas gerações.

Músicas para download:
1. Old School Veterans Braziliasta
2. Festa Punk
3. Desculpa Meu Amor
4. A Verdadeira Corrida Espacial
5. Problemas

Vídeos para download:
1. Não Vá Embora
2. Surfista Calhorda
3. Astronauta
4. Eu Quero É Mucra

http://www.osreplicantes.net/
www.myspace.com/osreplicantes
osreplicantes.blogspot.com/

Wander Wildner - 6 Canções

PARAQUEDAS PARA UM CORAÇÃO BEAT
(por Marcelo Ferla )

O atual vocalista dos renovados Replicantes (e ex-vocalista dos mitológicos Replicantes), apesar de ter DNA roqueiro, surgiu na cena musical brasileira como um legítimo punk – mas vamos estabelecer desde o começo que todo punk é um roqueiro que simplifica as coisas, e isso torna as coisas bem mais simples, com o perdão da redundância.
Wander Wildner, o artista em questão, é um sujeito amável, apaixonado e visceral que vive em conflito (e quem não vive?). O que faz dele um artista pop é o dom de transformar os próprios conflitos em sons e versos diretos e pungentes.
Wander faz música com muita facilidade e, sobretudo, com muito coração. É um sujeito irracional, e isso é um elogio, pois é irracional na hora de fazer arte.
Compositor por instinto, e a veia instintiva talvez essa seja sua maior marca, ele é capaz de fazer versos como “meu cachorro vênus foi roubado / fiquei um pouco preocupado” ou “dois por dois mede o quarto da empregada / para mim ele vale muito / para outros não vale nada” soarem como pura poesia. Poesia em estado bruto, diga-se. Coisa de roqueiro que gosta das coisas simples.
Wander é do tipo que se expõe em tudo o que faz, que se define em cada verso. Ou, para facilitar ainda mais as coisas, em cada título. Pode-se dizer que ele é um garoto solitário, meio-hippie-meio-punk-meio-rajneesh, cuja vida oscila entre anjos & demônios mas que ainda acredita em milagres. É do tipo que segue no ritmo da vida, e nada pode descrever com tanta exatidão este roqueiro que gosta de transformar os conflitos em canções simples, feito um legítimo punk.
Verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock gaúcho desde que era cantor dos Replicantes – de hits como “Surfista Calhorda”, “Nicotina”, “Festa Punk”-, nos anos 80, Wander é bem mais do que um dos personagens seminais da cena sulista. A qualidade do seu trabalho está na universalidade dos temas, na busca de outras fronteiras, muito além do localismo reducionista que cataloga artistas em determinados feudos. Para além do reducionismo ele faz, naturalmente, um som além-fronteiras. E além dos rótulos, embora ele mesmo se auto-defina vez por outra e a força do personagem de sua estréia o acompanhe até hoje.
Quando estreou em carreira individual com o delicioso “Baladas Sangrentas” – de “Bebendo Vinho”, “Eu Tenho Uma Camiseta Escrita eu te Amo”, “Empregada” -, em 1996, Wanderley Luiz Wildner encarnou um artista que oscilava entre a virulência dos três acordes básicos e ternura das baladas de amor. Assim nasceu o punk brega, que cantava numa língua entre o espanhol e o português (mas não se tratava do popular “portunhol”, e sim um improvável “idioma paraguaio”, segundo Wander).
Em “Buenos Dias!”, o segundo álbum (1999), o idioma paraguaio está presente, mas a crueza punk predomina. Um dos motivos é a banda que acompanha Wander, formada por garotos que nasceram ouvindo Replicantes, a Chulé de Coturno. Eles não deixam de lado as baladas (como “Quase um Alcoólatra”), mas soam mais pesados ao revisitarem o Sangue Sujo (banda punk que Wander formou depois de deixar o Replicantes), em “Jesus Voltará”, The Jam/Camisa de Vênus, em “Passatempo”, ou em podreiras como (desculpe mais uma vez a redundância) “O Guaíba tá Podre!”.
Na terceira vinda, com o inacreditável título “Eu Sou Feio…mas Sou Bonito” (2001) - de “Anjos & Demônios”, “Damas da Noite”, “Mantra das Possibilidades” -, o punk brega está ainda mais diluído e o resultado é um Wander bem mais roqueiro.
Roqueiro ou punk, hippie, funk ou rajneesh, roqueiro, punk, hippie, funk e rajneesh, poeta que destila versos pelo mundo, estradeiro que trocou incenso e cabelos longos por coturnos e calças de couro, mariachi cyber-punk, trovador em tempos de internet, Wander ainda tem tempo para dividir sua carreira solo com e dedicar-se à banda em que começou. Como bom filho que retorna depois de um tempo fora, ele voltou a ser vocalista dos Replicantes, substituindo Carlos Gerbase (cineasta gaúcho, originalmente baterista do quarteto, mais tarde substituto de Wander nos vocais). O Repli, aliás, completou 21 anos de vida, excursionou pela Europa em 2003 e lançou o cd "Em Teste", com doze músicas inéditas em setembro de 2004.
Wander lançou em maio de2004 seu quarto disco (quinto se levarmos em conta “No Ritmo da Vida”), “Paraquedas do Coração”, que foi produzido por Tom Capone e será lançado em breve. Recheado de versões (Wander adora se intitular um “versionista”), como “Candy”, “Eu Acredito em Milagres”, “Ganas de Vivir” e “Hippie Punk Rajneesh”, e com canções inéditas como “Sonho de Verão” e “Rodando el Mundo”. Mais um capítulo da rica história deste baladeiro punk que faz literatura beat em forma de rock. Sem nenhum segredo, mas com muito coração.
2005 começa com a gravação do programa ACÚSTICO MTV BANDAS GAÚCHAS (Wander Wildner, Ultramen, Cachorro Grande e Bidê ou Balde). O programa estreiou no dia 29 de maio e já está à venda em CD e DVD. No dia 28 de julho iniciou a tour de lançamento do Acústico MTV Bandas Gaúchas com duas sessões no Salão de Atos da Reitoria da Ufrgs, com um público de 2.300 pessoas.

Músicas para download:
Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro
Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo
Eu Queria Morar Em Beverly Hills

Videos para download:
Um Lugar do Caralho
Quase Um Alcóolatra
Hippie-Punk-Rajneesh

WanderWildner.com.br

Terminal Guadalupe - Você Vai Perder O Chão

ENTRE ACORDES E CENAS
- a banda que veio do filme -

Tudo começou no final de 2002. O vocalista Dary Jr. havia co-escrito o roteiro de um curta-metragem, "Burocracia Romântica", e decidiu compor a trilha sonora. Como estava sem banda para gravar, pediu ajuda aos amigos da Poléxia. Bastaram 10 ensaios para a gravação do álbum de estréia, "pop-rock bem-feito, com raízes oitentistas", segundo a resenha de Daniel Vaughan para a Revista MTV.

Os integrantes da Poléxia só fizeram um show como grupo de apoio. Allan Yokohama entrou no TG justamente para essa apresentação. Depois, ele e Dary chamaram Samuel Pessatti (violoncelo). Como trio, ensaiaram e fizeram testes com baixistas e bateristas. A formação só se estabilizou com a entrada de Rubens K (baixo) e Fabiano Ferronato (bateria), em outubro de 2003.

Samuel deixou a banda no começo de 2004, mas participou da gravação de "Girassóis Clonados". A coletânea resgatou canções da lorena foi embora..., (grupo curitibano do qual Dary fez parte) e reapresentou músicas do primeiro disco do TG. As bases originais receberam a guitarra e os vocais do Allan, além do violoncelo de Samuel. Dary adicionou violões em outras faixas e gravou uma versão acústica de "Chance", a música escondida no único disco dos lorenos.

Definido como quarteto, o Terminal Guadalupe passou o restante do ano empenhado no terceiro disco. Foi a fase de amadurecimento das canções inéditas. Em novembro e dezembro de 2004, o grupo gravou o novo álbum, "Vc vai perder o chão", o primeiro realmente "de banda", maduro, com participação efetiva de todos os integrantes.

1. O Bêbado de Ullysses
2. Esquimó por Acidente
3. Tambores
4. 525 Linhas
5. Burocracia Romântica
6. Rascunho à Beira da Janela
7. Por Trás do Fator Gallagher
8. Lorena foi Embora...
9. Veludo Sobre Areia
10. Bons Meninos vão para o Inferno
11. O Peso do Mundo

Clipe: Burocracia Romântica.wmv

Post anterior: Delação Premiada (EP, 2005)

Site oficial: TerminalGuadalupe.com.br

Los Pirata - 13 Canções

Los Pirata (Questões mais frequentes)

P-Vocês são brasileiros?De onde?
R-Si. De San Pablo

P-Por que vocês cantam em "portunhol"?
R-Porque si.

P-"El Pirata" ou "Los Piratas". Ignorância ou deboche do espanhol?
R-Licença poética, política e maternidade ou "você conhece Trancoso?"

P-Por que vocês cantam algumas músicas em português e outras em inglês?
R-Porque temos vontade.

P-Por que "Los Pirata"?
R-Precisa explicar? De novo?

P-Vocês foram indicados no VMB da MTV nas categorias de "Pior Clipe" e "Melhor Demo-Clipe". Isso chateou vocês?
R-No

P-Por que vocês usam uma bateria de criança nos shows?
R-Porque é legal.

P-O que é aquela guitarra estranha que o Jesus Sanches toca?
R-Um Fender VI

P-É verdade que o Loco Sosa é bonitinho e vegetariano?
R-Si. Só come granos. Duros e moles.

P-É verdade que o Paco Garcia tem problemas com guitarras?
R-Si. Ele é maníaco-compulsivo em relação à guitarras.

P-Vcs tem emprego? como vcs ganham a vida? Eu imagino que sejam como... ...físico nuclear, roteirista, fotógrafo, web designer, jornalista, crítico de filme....alguma atividade " sinecurista " (Sic) (pouco trabalho alto lucro) pra sobrar tempo pra essa "lambança" chamada los pirata.
R-O Loco tem uma fazenda de produtos orgânicos. O Jesus tem uma fábrica de chocolate. O Paco trabalha numa estação sub-antártica.

1. Nada
2. No Sei
3. Batechica
4. Vader
5. Maldito Verano
6. Country Hell
7. Xa La La
8. Blackbird

Brasil 2000 FM - ao vivo San Pablo
1. Beverly Krishna
2. Tid Bits
3. Tu Fuego
4. Run Devil Run
5. Iron Man

Videos:
Nada
Maldito Verano
Bate Chica
Xá Lá Lá

LosPirata.com.br

Vou Tirar Você Desse Lugar - Tributo a Odair José

Paulo Miklos, Zeca Baleiro, Mundo Livre S/A, Leela e Los Pirata estão entre os grandes nomes da cena pop nacional presentes em Vou Tirar Você Desse Lugar, um fantástico tributo a Odair José. São 18 faixas, incluindo os sucessos "Uma Lágrima" (Pato Fu), "Cadê Você?" (Sufrágio) e "A Noite Mais Linda do Mundo" (Jumbo Elektro).

1. Vou Tirar Você Desse Lugar - Paulo Miklos
2. Vida que Não Pára - Suzana Flag
3. Uma Lágrima - Pato Fu
4. Eu Queria Ser John Lennon - Columbia
5. Ela Voltou Diferente - Mombojó [ MP3 ]
6. Eu, Você e a Praça - Zeca Baleiro
7. Deixe Essa Vergonha de Lado - Mundo Livre S/A
8. Foi Tudo Culpa do Amor - Suíte Super Luxo
9. Nunca Mais - Shakemakers
10. E Ninguém Liga pra Mim - Leela
11. Cadê Você? - Sufrágio
12. Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha - Picassos Falsos
13. A Maçã e a Serpente - Poléxia
14. A Noite Mais Linda do Mundo - Jumbo Elektro
15. Uma Vida Só - Arthur de Faria e Seu Conjunto
16. Que Saudade de Você - Terminal Guadalupe [ MP3 ]
17. Vou Contar de Um a Três - Volver
18. Cotidiano nº 3 - Los Pirata

Veja os melhores preços deste clássico instantâneo.

As 25 Pedras Fundamentais do Indie Brasileiro

Lista complicada, o critério definido para determinar o que é ou o que não é rock independente é curto e grosso: se tem dinheiro de empresa grande, não é indie. Assim, os altos e baixos do rock nacional no mercado de discos dão a tônica da produção independente nos últimos vinte anos. Até o começo dos anos 80, ser independente era uma atitude, um manifesto - como foram os discos da fase Racional de Tim Maia e a idéia original do selo de Luís Carlos Calanca, a Baratos Afins. Mas a explosão do rock na década de 80 praticamente extinguiu a produção indie, tamanha era a demanda das grandes gravadoras - e grupos independentes por definição musical tiveram seus discos lançados por majors. A estréia de Lobão, Cena de Cinema, de 1982, por exemplo é uma demo gravada em vinil. Nos anos 90, a chegada da MTV e o sucesso do Sepultura no exterior impulsionam o faça-você-mesmo e o rock independente vive o nascimento de um mercado que começaria a se organizar nos anos seguintes. O sucesso do plano Real, em 94, determina o futuro deste mercado: se por um lado abre a possibilidade de se adquirir tecnologia graças à paridade com o dólar, por outro exclui o elitismo musical do mercado de discos, voltado apenas para classes populares. Isto aumenta a produção caseira e equipa uma primeira geração de computadores que, graças à internet, passa a se comunicar com mais agilidade e para um público específico. Chegamos ao século 21 com uma produção madura e plural, disposta a conquistar o Brasil e o planeta.

Os 25 discos abaixo são as pedras fundamentais na formação de um mercado independente, tanto do ponto de vista comercial como artístico. Cada um deles marca uma etapa concluída, um novo patamar e uma novidade no complexo jogo do rock brasileiro indie, cada vez menos abaixo e mais ao lado do pop endossado por patrões abonados, mesmo aqueles lançados sob uma chancela "indie" (como o selo Plug da BMG, o Banguela da Warner, a Tinitus que era distribuída pela PolyGram ou o Chaos da Sony). Para facilitar a compreensão e não confundir a história, o foco fica apenas no formato rock, excluindo outros agentes cruciais para a formação do mercado independente (como hip hop, heavy metal, eletrônico e hardcore). Se não, era assunto para páginas e mais páginas...

1) Singin' Alone - Arnaldo Baptista (1982) - Marco zero da produção independente como nós conhecemos, é o primeiro lançamento da Baratos Afins e o alerta "o sonho acabou" para a geração que cresceu à sombra dos Mutantes. Um novo rock estava começando a tomar conta do Brasil (à base do chopp e batata frita) e Arnaldo Baptista chorava as próprias mágoas ao piano, atormentado emocionalmente, com baladas cruas e muito rock'n'roll. Bem distante do sol carioca que começava a bronzear o rádio.

2) 3 Lugares Diferentes - Fellini (1987) - MPB maldita, cool wave, pós-punk, bossa nova, África, cult band, art rock... Conceitos que fervilhavam no underground oitentista se encontraram numa mesma banda. Formada pelos jornalistas Cadão Volpato e Thomas Pappon, o Fellini contava com a participação de Ricardo Salvagni para gravar seu álbum menos enigmático e mais, er, pop. Entre o rock europeu e a melancolia brasileira, eles sintetizavam sentimentos que anos depois seriam traduzidos em um único adjetivo: indie.

3) O Ápice - Vzyadoq Moe (1988) - Na Sorocaba pré-Wry, o clima europeu era mais alemão do que inglês. Culpa do noise dada do Vzyadoq Moe, performáticos orgânicos que partiam pra cima do público. Menores de idade e fartos de punk rock, abraçavam o drone, o cabecismo, o ritmo kraut e o industrial desplugado, especialmente na percussão ferro-velho. O Ápice vale seu título por optar pela independência, enquanto irmãos de sonoridade do grupo (o mineiro Sexo Explícito, os cariocas Black Future e Picassos Falsos) fecharam com a certeza do contrato com grandes patrões.

4) Cascavelettes (1988) - Antes de serem banalizados por um hit na novela Top Model, pelos mimos do superstarismo e muito antes do forróck boca-suja dos Raimundos, os Cascavelettes inauguraram a fase moderna do pop gaúcho, separando os contemporâneos do Liverpool e a geração Rock Grande do Sul como farinha do mesmo saco. Usando o palavrão com motivos rock'n'roll (o rock brasileiro só os usava com motivos punk, ressaca da Censura), o grupo era um misto de Ramones pornográficos com New York Dolls machistas e seu primeiro disco (lançado um ano antes do sucesso de "Nega Bom-Bom'') mostra a disposição para injetar algo mais do que energia no indie nacional. As demos da época, todas batizadas com o nome da banda, mantém o "nível".

5) You - Second Come (1991) - Este é o único disco do selo Rockit!, do guitarrista da Legião Dado Villa-Lobos, que pode ser considerado independente - já que o sucesso underground que fez esgotar a tiragem inicial de 3 mil discos fez crescer o olho da inglesa EMI-Odeon, que abduziu a marca. A estréia do Second Come, influenciada diretamente pelo sussurrado rock inglês pós-Madchester e pelas convulsões noise pré-grunge do underground americano, abre a segunda fase do indie brasileiro que, devido à onipresença do instrumento, começa a ser definido, anglofonamente, de "guitar" (as duas pronúncias são permitidas).

6) Little Quail and the Mad Birds (1992) - Depois de tentar seguir os passos da geração Legião-Plebe-Capital (em vão, culminando na geração do seminal Rock na Rampa, em 1987), o rock de Brasília volta-se para dentro e a capital do Brasil começa a ebulir culturalmente. Disputando cabeça-a-cabeça o título de melhor banda com o Low Dream e o de melhor demo com o Oz (a excelente Trés Bien Mon Ami), o Little Quail ganha por não soar derivativo de ninguém (nem de My Bloody Valentine, nem de Pixies). A fita é uma ótima desculpa para caçar os registros sonoros do rock candango do começo da década, que vão da fase rock do Pravda aos primórdios dos Raimundos, passando pelas excelentes, e esquecidas, Succulent Fly e Sunburst.

7) Killing Chainsaw (1992) - São os piracicabanos do KC que colocam o rock do interior de São Paulo no mapa da década de 90. O LP homônimo, lançado pela loja de discos Zoyd e sampleando o anime Akira na capa, é o ponto inicial de uma geração que deu ao Brasil instituições célebres do underground, como a casa noturna Hitchcock (em Santa Bárbara d'Oeste), o zine Broken Strings, o festival Juntatribo, a rádio Muda e o estúdio Arenna (todos estes em Campinas), além de bandas que iam do punk pop do No Class ao samba-noise do Linguachula e o industrial nerd dos Concreteness. Além de iniciar a fase caipira do indie nacional, o Killing ainda se orgulhava de seu inglês brasileiro, com sotaque "tchu" em vez de "to" e sem brit-frescuras. O rock aqui é ligado na tomada e na distorção, de pai Sonic Youth e mãe J&MC.

8) Rotomusic de Liquidificapum - Pato Fu (1993) - O disco mais esquisito da gravadora mineira Cogumelo (que já contava com esquisitices como o disco sub-Red Hot do DeFalla ou o caos sônico do Holocausto) também é o disco de estréia do Kid Abelha dos anos 90. Estranho, não? Que nada. Estranho é ouvir a versão speed para "Sítio do Picapau Amarelo" ou um hino mosh baptchura cuja citação da Unimed levou o grupo a tocar no comercial do plano de saúde. E que tal o medley esquizofônico que batiza o disco, que cita, sem pudor, os Flintstones, Kiss, baião, funk metal e beats eletrônicos? Muito mais John do que Fernanda Takai, é o disco do trio mineiro que os fãs de Mike Patton mais gostam. Com razão.

9) Scrabby? - Pin Ups (1993) - Lançado pela Devil e produzido por João Gordo, o terceiro (ou segundo, se não contarmos o LP do projeto Gash) disco dos pais do indie 90 é também seu disco mais sombrio e pesado. Fora as referências inglesas, entra o lado mais caótico e, hm, "visceral" da banda. Gravado com sua formação clássica, é uma mistura de Funhouse (dos Stooges) com Berlin (do Bowie). É o ápice das guitarras de Zé Antônio. "Acho que esse foi o disco que mais teve briga no estúdio", lembraria o vocalista Luís Gustavo anos depois", eu nunca vi tanta gente chorando, berrando, a Alê chorando num canto, o Marquinhos no outro".

10) Mod - Relespública (1993) - Curitiba tem a péssima reputação de não produzir registros sonoros à altura das apresentações ao vivo de suas bandas. Discos e fitas funcionam mais como "guias" sobre o que esperar de determinado grupo do que reproduções in vitro de suas performances instantâneas. Da mesma forma, a cidade não possui rock de laboratório, aquele feito para viver em estúdio. Talvez isto explique o paradoxo fundamental da capital do Paraná: quanto mais bandas a cidade produz, menos elas se destacam em nível nacional. O primeiro compacto da Relespública (ainda com o enfant terrible Daniel Fagundes, vocalista, morto aos 16 anos) pertence à primeira safra do indie rock da cidade, custeado pela gravadora Bloody que pertencia ao mesmo JR que é dono do lendário club 92 Degrees. Com três faixas ("Capaz de Tudo", "Preciso Pensar" e "Quem é Que Entende o Mundo?"), o vinil fala mais do rock de Curitiba do que todas compilações lançadas em seu nome.

11) Nunca Mais Vai Passar o Que Eu Quero Ver - Doiseu Mimdoisema (1994) - A influência que a Graforréia Xilarmônica, uma das dissidências dos Cascavelettes, teve sobre o rock gaúcho é muito maior que o séquito de fãs que o grupo preserva até hoje. Graças ao improvável gosto musical de seus líderes, Frank Jorge e Marcelo Birck, despertou-se no pop riograndense o prazer em redescobrir a Jovem Guarda, encravada na memória genética do estado. Esta redescoberta trombou irresistivelmente com os prazeres de uma recém-descoberta paixão gaúcha, o experimentalismo no estúdio em tempos de gravação caseira. Diego Medina fez a fita para um amigo de farra, mas a contagiante "Epilético" pulou do som da sala de estar para as ondas do rádio e virou hit local instantâneo. Medina continuaria suas experiências pop no futuro (Grupo Musical Jerusalém, Video Hits, Senador Medinha), mas sem conseguir reencontrar a ingenuidade da primeira fita, que está para o rock gaúcho atual como Angel Dust, do Faith No More, está para o novo metal.

12) Uh-La-La - Dash (1995) - Antes de provocar suspiros com seu baixo Danelectro a bordo dos Autoramas (e ao lado do ex-Little Quail Gabriel Thomaz), Simone do Vale era a líder de um supergrupo indie carioca. Gritalhona e com jeito de moleque, ela era uma das guitarrista do grupo, ao lado de Diba Valadão (na outra guitarra), Formigão (que depois entrou para o Planet Hemp, no baixo) e Kadu (ex-Second Come, na bateria). O hit "Sexy Lenore" transformou a demo Sex and the College Girl num hit do underground do Rio e fez com que o grupo fosse sondado pela misteriosa gravadora Polvo, que lançou o único CD da banda, pra ninguém. Com a capa desenhada por David Mazzuchelli, o disco passou por uma série de empecilhos que o tornaram item de colecionador. O ano era 1995, as grandes gravadoras tinham dado as costas para o rock, as pequenas perdiam ilusões de vendagens altas e vários picaretas apareceram no meio da história. O disco do Dash é apenas um dos muitos exemplos de uma geração pega com as calças na mão.

13) 100 Km c/ 1 Sapato - Lacertae (1995) - Ao mesmo tempo, o Lacertae, no Sergipe, abria uma em muitas possibilidades. Depois da seca de 1995, o mercado independente passou por uma brusca horizontalização, e sua pluralidade tornava-se sua principal qualidade. Assim, bandas de lugares sem tradição passavam a ganhar espaço no cenário, quebrando o eixo Rio-SP-BH-Brasília-PoA-Recife que já havia quebrado o RJ-SP original no começo da década. A cena começa a fragmentar-se não apenas em lugares diferentes (cidades como Goiânia, Londrina, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Vitória e Maceió reivindicam na marra seu próprio espaço, nos anos seguintes) mas em gêneros improváveis. Se a MTV e o Sepultura criaram um hiato noise/guitar/heavy com bandas cantando em inglês e tentando, sem sorte, o mercado exterior, a fita de estréia do Lacertae é o elo perdido entre o pop dos anos 90 e o experimentalismo dos dias do Vzyadoq Moe. Hendrix, discursos concretos e uma bateria com berimbau também mostravam que o Nordeste estava em plena ebulição artística depois do mangue beat.

14) Carbônicos - The Charts (1996) - Com a fragmentação da cena independente, São Paulo entrou numa onda retrô semelhante à gaúcha, disposta a resgatar valores sessentistas a um pop perdido entre a rádio e o anonimato. Antecipando a onda kitsch que veio com Austin Powers e o box-set do disco Nuggets, a cena paulistana passou por uma estilização visual e sonora que mais tarde seria referida, de forma irônica, como a cena "churly". Os responsáveis pela popularização desta nova fase seria o grupo comandado por Sandro Garcia, que teve seu único disco lançado pela loja Suck My Discs dos jornalistas/músicos Alex Antunes e Celso Pucci (outra ponte dos anos 90 com o cult rock dos 80). Garcia, dono do famoso estúdio Quadrophenia, mais tarde fundaria o Momento 68 com o vocalista da banda gaúcha Lovecraft, Plato Divorack, selando assim a paixão de São Paulo e Porto Alegre pelos anos 60. (Plato aliás é a grande ausência desta lista, talvez por nenhum disco sintetizar toda a complexidade do artista).

15) Learn Alone Or Read The User's Manual - Sleepwalkers (1996) - Aqui vamos ter motivos de sobra para reclamações. Afinal, muitos vão falar dos tempos do baterista Farmácia ou da clássica Sick Brain in Sue's Coffee, gravada um ano antes, quando muitos sequer reconhecerão a presença da banda. O fato é que os Sleepwalkers foram a melhor banda de indie rock, em todos os sentidos, que o Brasil já teve, deixando para trás concorrentes de peso como os goianos Grape Storms, a carioca PELVs e o Grenade de Londrina. A sonoridade lo-fi, o tratamento de guitarras, o senso melódico, os refrões, o apelo pop - as qualidades do grupo catarinense podem encher parágrafos e mais parágrafos. Mas além de sua qualidade, sua importância se dá por tirar o pop catarina da vibração riponga de bandas como Phunky Buddha e Dazaranhas. Depois deles, vieram o Feedback Club (da ex-sleepwalker Sabrina), o Superbug, os Pistoleiros, o Pipodélica e as gravadoras Low Tech e Migué Records, dando força à cena ilhéu de Floripa.

16) Baladas Sangrentas - Wander Wildner (1997) - Luminar do punk brasileiro para as massas dos anos 80, o ex-vocalista dos Replicantes seguiu os passos da primeira safra dos anos 90 (comprada pelas majors) e o moldou para o underground. Como os Raimundos tinham o forró, o Planet Hemp tinha a maconha e o mangue beat, os caranguejos; Wander inventou uma máscara para facilitar sua absorção pelo mercado - e com o rótulo "punk-brega" vendeu-se para uma nova geração ao mesmo tempo em que amadurecia sua personalidade pública. Mas, mais importante, a carreira solo do velho WW era uma prova cabal que o rock independente pouco tem a ver com juventude ou faixa etária.

17) Menorme - Zumbi do Mato (1997) - O Zumbi do Mato é o som que Fausto Fawcett e Arrigo (ou Paulo) Barnabé fariam juntos se tivessem alguma afinidade. Mas, mais do que isso, é o ponto de convergência de diversos aspectos do pop carioca, representados por diversas instituições. Há o humor doentio do Gangrena Gasosa, a explosão cênica de Piu-Piu & Sua Banda, a podreira das primeiras fitas do Pólux, as gravadoras Tamborete (do jason Leonardo Panço) e Qualé Maluco (dos planet hemp B-Negão e Formigão), a repetição do Stellar, o choque de Rogério Skylab e o som metal da segunda vinda do Second Come. Além disso, o grupo continua o legado experimental retomado pelo Lacertae que resultou na safra de vanguarda da virada do século, com nomes como Objeto Amarelo, os Jersssons (São Paulo), Os Legais (SC) e Vermes do Limbo (Londrina).

18) A Sétima Efervescência - Júpiter Maçã (1998) - O disco de estréia do ex-cascavelette Flávio Basso é um passo adiante nos conceitos vendidos pelos Charts e por Wander Wildner. Rock adulto, retrô e psicodélico, A Sétima Efervescência sagrava a maturidade da mesma geração que havia tomado a porta-na-cara das gravadoras depois da efervescência do biênio 93/94 e a independência do formato perseguido pelas gravadoras, sem deixar de soar pop, brasileiro e cantando em português e inglês. É o primeiro blip no radar de um mercado que viria, em menos de um ano, a galinha de ouros do trio sertanejo-axé-pagode começar a dar com os burros n'água.

19) Chora - Los Hermanos (1999) - A segunda fita do quinteto Los Hermanos escancarava um pop estritamente radiofônico que foi forjado longe do universo do mercado fonográfico. O grupo liderado por Marcelo Camelo era a continuação do trabalho de uma geração de bandas cariocas que misturavam ska, funk, reggae e samba (nomes como Los Djangos, Acabou La Tequila e, mais tarde, Pedro Luís & A Parede). Mas o grupo ia além e se alinhava ao ecletismo chique de bandas de sua geração, como 4-Track Valsa, Vibrossensores, Vulgue Tostoi, entre outros. Fora os maneirismos apaixonados (que levaram a banda receber rótulos como romanticore e pop brega), a fita mostrava que as possibilidades cogitadas por Júpiter Maçã poderiam ser exploradas a fundo, tanto artística quanto comercialmente. Mas o mercado, acostumado com seu próprio toque de Midas, comprou a banda e forçou "Anna Júlia" a fazer sucesso, overdosando o público do que poderia se tornar os Paralamas do século 21 (e ainda pode, apesar de tudo).

20) Astromato (1999) - Continuação dos experimentos noise e industrial da época do Waterball (92-95), o Astromato era filho direto do Weed, banda de pop guitarreiro britânico que, brincando com as palavras, passou a compor em português e se deu bem. Sua primeira fita era mais um degrau na escalada que o indie brasileiro dava rumo à sua auto-suficiência artística. Se gaúchos e cariocas ajudavam o rock a perder o jeito de moleque, os campineiros explicavam que algumas qualidades (como sensibilidade e timidez) não pertenciam à adolescência. Além disso, a dupla de guitarras Armando e Pedro tramavam texturas sônicas à moda das bandas inglesas que tanto influenciaram o indie no começo dos anos 90 (e que ainda repercutiam, graças a bandas como os mineiros Vellocet, o carioca Cigarettes e os catarinenses Madeixas). Aos poucos, o ciclo vai se fechando.

21) De Luxe 2000 - Thee Butchers' Orchestra (1999) - Cru e direto, o TBO é a melhor banda de rock'n'roll brasileira na ativa e sua existência se deve à dissidência garageira que rompeu com o indie no meio dos anos 90. Seu núcleo central era o trio da gravadora Ordinary (a produtora Deborah Cassano, seu marido Marco Butcher, ex-Pin Ups, e o guitarrista e produtor Adriano Cintra), que, além dos Butchers' foi responsável pelo lançamento de bandas como Ultrasom (de Adriano), Red Meat, Spots, Grenade, entre outras. Mais do que agitar o underground com duas guitarras e uma bateria, o Butchers' está ligado à fase de ouro do indie anos 90, quando o rock brasileiro começou a conversar com os gringos, sem passar pelos veículos oficiais.

22) It's An Out of Body Experience - Grenade (1999) - O Grenade era o próximo patamar. Fruto dos experimentos lo-fi do ex-Killing Chainsaw Rodrigo Guedes, o grupo nascia em Londrina e logo se tornava um dos maiores nomes do indie nacional. A repercussão se dava graças à sensibilidade de Rodrigo, pai de riffs memoráveis, melodias pop ao extremo e pirações em estúdio. O som ia do rock clássico ao hardcore, passando por folk e indie rock. Lançado no exterior, Out of Body Experience poderia é a conclusão lógica do longo passeio que o rock independente fez durante a década de 90.

23) Brincando de Deus (2000) - O terceiro disco destes baianos deveria ter o título que Experience, do Grenade, levou. Afinal, seria lançado um ano antes e produzido por Dave Friedmann (Flaming Lips, Mercury Rev, Mogwai) caso todo seu equipamento e pré-produções não fossem perdidos num incêndio. O grupo se refez e, ao lado do talentoso produtor e tecladista André T. (responsável pela sonoridade de novos baianos como Rebeca Matta e a banda Crac!), gravou seu álbum definitivo, imbatível. Um disco que poderia ser lançado no mercado exterior sem dificuldades e que, apesar da anglofilia, é essencialmente brasileiro.

24) Peninsula - PELVs (2000) - Completando dez anos de banda e dez anos do selo carioca Midsummer Madness, a PELVs faz um disco igualmente robusto como o do Brincando de Deus, mas cheio de ganchos pop e melódicos. Uma obra-prima do indie nacional, Peninsula soa como todos os independentes querem soar: profissa, autêntico, despreocupado e livre, como se o mercado de discos brasileiro permitisse isto. Se ele não permite, a deixa fica para o indie.

25) O Manifesto da Arte Periférica - Wado (2001) - Além de coroar a recente produção de Maceió (a saber, Varnan, Mopho e Sonic Junior), o disco de estréia do ex-Ball Oswaldo Schlickmann é o auge da produção independente brasileira dos últimos 20 anos. Tem todas as qualidades dos discos citados nesta lista, além de falar em português, compor letras certeiras e experimentar à vontade no estúdio. Se chegamos até aqui com este nível, daqui pra frente é só crescer.

(Por Alexandre Matias - do site Trabalho Sujo - texto publicado originalmente na extinta Revista Zero)

PJ Harvey - Live At John Peel Sessions

Nossa musa maior, PJ Harvey em apresentação ao vivo no lendário e saudoso John Peel Sessions.

01. Dry
02. Man-Sized
03. Legs
04. Angeline
05. Come on Billy
06. Rid of Me
07. Teclo
08. Send His Love To Me
09. 50ft quennie
10. Oh My Lover
11. John Peel Talking

Clique aqui para download pelo rapidshare em arquivo .rar com 34mb

Para quem não tem o descompactador winrar, baixaki.

Agredecimentos: Natália [É Rock'n Roll Baby]

PJHarvey.net

Courtney Love - Hollywood, CA, Hollywood Bowl, October 27th, 2001

Courtney Love em excelente apresentação, inclusive com algumas músicas da Hole.

1. All The Drugs
2. Asking For It
3. But Julian I'm A Little Older Than You
4. Malibu
5. 20 Years In The Dakota

Algumas imagens mais quentes: CL1.jpg / CL2.jpg / CL3.jpg / CL4.jpg / CL-wp.jpg

CourtneyLove.com

Sleater-Kinney - 8 Songs

Terceiro post da Sleater-Kinney por aqui, a melhor banda feminina dos anos 2000's, desta vez, com os melhores singles das moças.

1. Entertain (The Woods, 2005)
2. Jumpers (The Woods, 2005)
3. One Beat (One Beat, 2002)
4. Oh! (One Beat, 2002)
5. You're No Rock n' Roll Fun (All Hands on the Bad One, 2000)
6. Get Up (The Hot Rock, 1999)
7. Words and Guitar (Dig Me Out, 1997)
8. Faraway (Live at Henry Fonda Theatre, Los Angeles, CA 2003)
9. One Beat (Live at Henry Fonda Theatre, Los Angeles, CA 2003)

Video: Entertain {Directed by Molly & Mariah (quicktime, 20mb)}

Posts anteriores:
Metro in Chicago, 6 Oct 2005
Riviera Theatre, Chicago, 16 June 2005

Site oficial: Sleater-Kinney.com

Grenade ¤ 10 Canções

No início da década de 90 Rodrigo Guedes integrava a banda piracicabana Killing Chainsaw, pioneira do chamado rock alternativo nacional. A banda gravou dois discos (Killing Chainsaw, 1992 e Slim Fast Formula,1993) e deu início a uma nova geração de músicos e bandas independentes que surgiram anos mais tarde.
Em 98, Rodrigo retornou de forma bastante particular, gravado suas músicas em casa, sem obrigações artísticas, tomando conta da gravação, produção e até mesmo distribuição de seus discos. Convidando amigos para algumas gravações e eventuais shows, nasce o Grenade. Em menos de 2 anos lança 3 álbuns, (A child´s Introduction to Square Dancing, 98 / Out of Body Experience, 99 / Shortwave Young Love Kingdom,99).
Além da distribuição de seus discos pelo selo Ordinary Recordings (São Paulo), após alguns contatos, o selo Duckweed Records (Seattle, USA) começa a distribuir seus discos também nos USA.
Em 2001 o Grenade assume sua forma definitiva como uma banda de rock. Contando com Eric, integrante do Grenade e parceiro de Rodrigo desde 99, Eduardo e Paulo, começaram uma nova etapa, mais orgânica e voltada para os palcos. Neste ano a banda fez shows em várias cidades (Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Maringá, Londrina, Sorocaba, Goiânia) e participou de quase todos os grandes festivais independentes nacionais: Balaio Brasil, Circadelica, Geração Pedreira, UPLOAD e Goiânia Noise Festival.
Em 2003 o Grenade está pronto para retornar as gravações e começa a preparar o primeiro disco como banda. 16 canções são registradas ao vivo num pequeno estúdio em Londrina e masterizadas nos USA. Após definir o lançamento com a gravadora Slag Records e enquanto aguarda o disco fica pronto, a banda lança uma compilação de músicas inéditas chamado Splinters (2000#2002) através do selo Bay King Music (BH). São 14 músicas que encerram a primeira fase da banda.
Em janeiro de 2004 sai o tão aguardado cd “GRENADE” (Slag Records). O novo Grenade está melhor do que nunca e a mudança será conferida nos palcos durante o ano, mostrando definitivamente porque o tempo e a espera foram importantes para banda.

Old Wish (Grenade)
Rain Maker (Grenade)
Walk on Glass (Grenade)
The Last Submarine (A Child's Introduction to Square Dance)
Ray Davies and Neil Young (A Child's Introduction to Square Dance)
Rubber Made Heart (Is an Out of the Body Experience)
Vampire (Shortwave Young Love Kingdom)
Bastard (Shortwave Young Love Kingdom)
Leaving (Heartless EP)
10¤ Angels (Is an Out of the Body Experience)

Video: Bastard (Shortwave Young Love Kingdom)

Grenade.com.br

Volver - 5 Canções

Com a intenção de fazer o que gosta, a banda Volver, do Recife, surgiu na contra-mão da cena local, em abril de 2003, cantando, entre outras coisas, desilusões, rejeições e o amor com cores de Jovem Guarda, em um cotidiano ainda adolescente, perdido entre o princípio da seriedade madura e o acaso de um certo deboche juvenil.
As influências são inúmeras. O universo musical do grupo gira basicamente em torno do Rock and Roll sixtie (Beatles, Who, Stones, Kinks, Hollies, Beach Boys, Jovem Guarda, Mutantes...), e de referências mais recentes como Supergrass, Strokes, Weezer, Mopho, Los Hermanos, Cachorro Grande, Júpter Maçã e Frank Jorge.
Após algumas reformulações, a banda se estabiliza com Bruno Souto (vocal e guitarra), Diógenes Baptisttella (guitarra), Mateus “Doug” (bateria) e Fernando (baixo).

1. Você que Pediu
2. Mister Bola de Cristal
3. Máquina do Tempo
4. Charminho
5. Com Sabor de Choque Elétrico
6. Você que Pediu (demo) [bônus]

Vídeo: Você que Pediu'

Volver.com.br
BandaVolver.blogspot.com
SenhorF.com.br
RecifeRock.com.br

The White Stripes - The Forum - London, UK 12.06.01

Um showzaço do White Stripes em Londres, durante a turnê do terceiro álbum, em 2001.

01. When I Hear My Name
02. I Think I Smell A Rat
03. Dead Leaves And The Dirty Ground
04. Lovesick
05. Expecting
06. Death Letter
07. Little Room / The Union Forever
08. Jolene
09. I'm Finding It Harder To Be A Gentleman
10. Hotel Yorba
11. Isis
12. You're Pretty Good Looking (For A Girl)
13. We're Going To Be Friends
14. Apple Blossom
15. I Fought Piranhas
16. Let's Build A Home / Going Back To Memphis
17. Astro / Jack The Ripper
18. Rated X
19. Screwdriver

WhiteStripes.com

My Vitriol - XFM Sessions

Duas sessões na XFM de uma das mais interessantes bandas dos anos 2000's. My Vitriol é britânica e britânico é seu som.

Session XFM, septembre 2002
1. All of Me
2. Falling Off the Floor
3. Spotlight

XFM, Barfly, Londres, 17 juillet 2002
1. Always Your Way
2. Losing Touch
3. Falling Off The Floor
4. Grounded
5. Moodswings

http://www.myspace.com/myvitriol
http://www.myvitriol.com/

Polar - A Mesma Pessoa No Mesmo Lugar

Uma vez, numa conversa, eu ouvi alguém dizer que nunca tinha visto uma banda nacional que tinha sons que remetiam ao Britpop, (aquele pop-rock britânico de canções doces com uma pitada de gelidez) essa pessoa certamente não ouviu o Polar. Alias antes de ouvir esse CD eu também não poderia imaginar que canções que dizem: “Era um dia de sol, quis então ir a praia, no posto 9 talvez...” poderiam soar tão glaciais. A musica em questão, “Lua nova” é uma verdadeira pérola com direito a viradas de bateria acompanhadas por um piano bem alto. Destaque nessa faixa para o vocalista Manoel Magalhães que deixa muitos chorões e dinho ouro pretos no chinelo. O Polar mostra também como fazer músicas que ficam na cabeça é assim com “Dias Iguais” e a inusitada “Gabriela” que se não fosse pelo jabá(asta) já teria se tornado em hit nacional. Nessa música o Polar consegue algo escasso na nossa cultura: chegar ao limite do Rock. “Gabriela” fica ali, entre a MPB e o Rock. Um outro destaque no CD é a letra de “Incertezas” música que fala de dificuldades amorosas de um “casal exemplar” em terceira pessoa. E nos brinda com frases como: “Ela veio com o sorriso tão febril e ele guarda mais incertezas que ninguém falou...” Simplesmente genial. O CD termina com “Moll” e “Sombras por aqui” outras duas músicas de amor com letras geniais e doces melodias. Acredito eu, que esse CD seja uma trilha perfeita para as estações frias que estão para chegar. No mínimo.
(Jorge Rocha - Consciência Alternativa)

1. Lua Nova
2. Incertezas
3. Dias Iguais
4. Gabriela
5. Moll
6. Sombras por Aqui

{CD completo com as capas}

Polar.com.br

Nação Zumbi - 10 Canções

O zum-zum-zum da Capital
por Rodrigo Silveira

Pense em uma típica capital latino-americana, pobre, violenta, isolada e esquecida. Pense em um bando de jovens sem dinheiro nem perspectivas. Essa combinação, que a um primeiro olhar não tem nada de atraente para a indústria cultural, mudou completamente a cultura pop brasileira nos anos 90.

Chico Science e Nação Zumbi apareceram no cenário musical brasileiro misturando os tambores de maracatu - hoje uma marca da banda - e ritmos regionais com rock, funk, hip hop e dub. Ninguém, se não eles, chamou tanta atenção para a cidade do Recife. Eles e seus parceiros do mangue beat colocaram outra vez Pernambuco - estado outrora importante, mas decadente no início da década de 90 - no círculo cultural brasileiro obrigatório.

Talvez guiados pelo mote da banda paulistana Fellini, "Mudar de lugar ou mudar o lugar?" ("Valsa de la Revolucion", do disco "Três Lugares Diferentes", Baratos Afins, 1987), Chico e a Nação propuseram que Recife, "a quarta pior cidade do mundo", poderia, afinal, ser um lugar diferente, abrigar um movimento musical totalmente novo, que viesse acrescentar novos elementos à música mundial. E o lugar mudou, depois do lançamento de "Da Lama ao Caos", do Nação, e de "Samba Esquema Noise", do Mundo Livre S.A..

Este turbilhão criativo, porém, sofreu um violento trauma no carnaval de 1997. Chico Science, ou simplesmente Francisco de Assis França, morreu em um acidente de carro quando ia de Recife a Olinda.

À época, muitos quiseram acreditar que a banda não seguiria em frente sem o carismático frontman. Mesmo sentindo a perda do parceiro, o grupo abriu um capítulo novo em sua própria história.

Tamo aí mandando brasa

"Rádio S.Amb.A." foi o primeiro disco assinado como Nação Zumbi, mas trazia várias idéias do tempo de Chico. O título vinha de uma brincadeira entre os integrantes, na época em que ele ainda vivia, assim como os pseudônimos adotados nos créditos (o de Chico era Dr. Charles Zambohead, o de Jorge du Peixe, Pixel3000, o de Lúcio Maia, Jackson Bandeira, o de Djengue, Djeiki Sandino e o de Pupilo, Fortrex). A novidade residia nas letras de Jorge du Peixe e nas composições, feitas para a sua voz. "Rádio S.Amb.A." apontou direções que seriam seguidas nos lançamentos seguintes do grupo.

Lançado de forma independente (o contrato com a Sony fora cancelado depois do lançamento do disco "CSNZ"), muito experimental, complexo, profundo, resultado de mais de cem horas de estúdio e de uma banda coesa e poderosa, o disco "Rádio S.Amb.A." apresentou a Nação com uma inabalável personalidade, incomum no cenário musical brasileiro. Aos descrentes em relação à carreira da banda, o recado foi desafiadoramente preciso, ao melhor estilo drug dealer: "Diga a seus amigos que, de onde saiu este, há muito mais..."

E a promessa foi cumprida. O próximo passo da banda foi assinar com a gravadora Trama e lançar o seu disco homônimo, "Nação Zumbi". Como bem observou o mestre de cerimônias Rodrigo Brandão, em sua resenha deste disco, o grupo destilou a fina arte da reinvenção. Compôs hits poderosos como "Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada", "Blunt of Judah" e "Mormaço" e consolidou-se como a maior banda independente brasileira em atividade.

Se alguém ainda tem dúvidas, ouça "Futura", o sexto lançamento da Nação Zumbi. É seguro afirmar que eles impressionaram, uma vez mais, quem os ouviu.

Dez Canções:
01. Hoje, Amanhã e Depois
02. Memorando
03. A Ilha
04. Carimbó
05. Del Chifre Beach
06. O Caranguejo no Campo das Virtudes
07. O Encontro de Issac Asimov com Santos Dumont no céu
08. O Fole Roncou (Luiz Gonzaga)
09. Blunt Of Judah (ao vivo)
10. Cidadão do Mundo (ao vivo)
Quatro Bônus:
11. O Homem da Gravata Florida (J Ben por Los Sebosos Postizos)
12. Quero Esquecer Você (J Ben por Los Sebosos Postizos)
13. Rios, Pontes e Overdrives (Orq Manguefônica ao vivo)
14. Salustiano Song (Orq Manguefônica ao vivo)

Seis Vídeos:
01. Manguebit (Ao vivo no Abril Pro Rock 2005)
02. Banditismo Por Uma Questão de Classe (Ao vivo no Abril Pro Rock 2005)
03. Rios, Pontes e Overdrives (Ao vivo no Abril Pro Rock 2005)
04. Quando a Maré Encher (Ao Vivo no Rec-Beat 2004)
05. Meu Maracatu pesa uma Tonelada (Ao Vivo no Rec-Beat 2004)
06. Manguetown (Ao Vivo no Rec-Beat 2004)

RecifeRock.com.br
NaçãoZumbi.com

Peter Walker - 5 Songs

Peter Walker vem da Califonia e faz uma música que leva na receita rock, pop, indie, folk... Para quem gosta de REM, Neil Young, Jay Bennett, Wilco, Rhett Miller, Beck...

1. What Do I Know?
2. 39 Stars
3. Young Gravity
4. I'm Through
5. I Came Around

PeterWalker.com

Supercordas - Satélites no Bar

Gerados pelo mesmo útero (ou coisa que o valha), Bonifrate e Valentino são um par de extraterrestres cuja língua pátria é algo semelhante ao português falado no século XVIII combinado a idiomas alienígenas ininteligíveis. Você, caro leitor, poderia julgá-los apenas dois extravagantes, mas, sob qualquer ótica ou oitiva, lhe será vedado compreendê-los. Portanto, pelo bem de sua saúde mental, melhor nem tentar.

Essa dupla de alienados sofre de uma doença comum a seres vindos do espaço: a paixão anacrônica pela psicodelia sessentista. Seus ídolos são Mutantes, Velvet Underground e The Kinks; ícones de uma geração que só sobrevive em organismos como os de Valentino e Bonifrate, dois casos a serem estudados pela patologia, “ramo da medicina que se ocupa da natureza e das modificações produzidas pela doença no organismo”.

Diagnosticada a natureza da doença, só resta a nós, pseudopatologistas musicais, estudarmos as mutações sintomáticas perceptíveis em Satélites no Bar (2004), 1º EP dos Supercordas depois de A Pior das Alergias (2003), seu disco de estréia. Esta verdadeira ode ao insano combina a sonoridade das supracitadas influências com pitadas de eletrônico, ruídos extra-sensoriais e até bossa nova. As letras, como era de se esperar, não fazem qualquer sentido para meros cérebros terráqueos.

Levando-se em consideração as condições técnicas terrenas, portanto rudimentares em que o disco foi concebido (um estúdio portátil de 4 canais!), o resultado chega a ser surpreendente. O conceito do trabalho é um tanto pretensioso, porém isto não é necessariamente ruim, desde que alguém seja capaz de compreendê-lo, algo que, sem fazer pouco caso da sua inteligência, estimado leitor, duvidamos muito! Bip! Bip! Bip!

1. Da Órbita de um Sugador (4:21)
2. Satélites no Bar (3:40)
3. Supercordas (3:00)
4. O Céu que Você Vê (5:37)
5. O Perspicillum (1:11)
6. A Terra da TV (10:54)

Texto e links: MP3 Magazine
Site oficial: Supercordas.com

Dicas da Bizz [200]

A Bizz #200 veio especial, nova roupagem, nova paginação, dicas de músicas nos lançamentos e outros e muitas dicas de sites. Este mês tem um especial dos 20 anos de Selvagem? dos Paralamas, entrevista com Odair José, especial com 13 nomes do novo rock.

Zona Franca (por Fabiana Batistela)
Digitaria - Dogon
Dead Rocks - Beach's Bitch
Polar - Sombras Por Aqui
Trissônicos - O Preço Que Se Paga
Cabaret - Rockstar Baby

Net Sounds
Jack Wolak's Rare Necessites
Sub Pop
Cognatas

Site da Bizz

Morrissey - Ringleader of the Tormentors

OBRIGADO, MORRISSEY!
(Texto de André Barcinsky)

Não sei exatamente onde, mas lembro de ter lido uma entrevista de Paul Westerberg, ex-líder do Replacaments, em que ele conta que ficou tão obcecado pela música "Academy Fight Song", do Mission of Burma, que não conseguiu ouvir mais nada por semanas.

A mesma coisa aconteceu comigo. E o culpado foi o novo disco de Morrissey, "Ringleader of the Tormentors", mais especificamente a faixa de abertura, "I Will See You in Far Off Places". Já baixei o disco há três semanas, ouvi o CD dezenas de vezes, mas continuo voltando, como uma doença, a essa música. Se eu estivesse começando uma banda de rock, usaria essa faixa como bússola, como um norte. A meta seria compor uma canção tão completa quanto esta.

Se você ainda não ouviu "I Will See You in Far Off Places", aí vai uma breve descrição: ela começa com uma percussão meio eletrônica e um som de teclado que lembra música árabe. Depois, entra uma guitarra pesada, típica do Killing Joke, o que dá à faixa um tom gótico/épico.
Aí entra Morrissey: "Ninguém sabe o que é a vida humana / Por que viemos / Por que vamos / Então porque é que eu sei / Que vou te encontrar / Em lugares distantes?"

Os primeiros 30 segundos são tão emocionantes, tão fortes, que você se sente, como poucas vezes na vida, diante de música realmente significativa. Morrissey chega com o pé na porta, tipo xerife mesmo: "Eu sou Morrissey, e tenho algo a dizer!". É uma entrada e tanto. E é preciso muita genialidade para nos tirar desse estupor cínico, causado por tanta música ruim que nos desce goela abaixo. De vez em quando, alguém precisa nos sacudir e lembrar por que é que gostamos de música em primeiro lugar.

Voltando à faixa: o que choca não é tanto o que Morrissey diz, mas como ele diz. A entonação, a separação de sílabas, a maneira como ele estica certas vocais para realçar um significado. É o que separa cantores de intérpretes.

Como toda grande arte, essa música pode significar muitas coisas. Para mim, ela tem um viés místico-romântico intoxicante. Me parece diferente do que ele fazia nos Smiths, bem distante daquelas letras mais realistas e irônicas, radiografias de uma juventude sensível demais para viver na era de Margareth Thatcher. O Morrissey puramente descritivo dos anos 80 era divertido, mas este, versão 2006, parece mais vivido, mais experiente. Suas palavras soam reais, e confesso que me peguei até pensando o que teria acontecido na vida pessoal de Morrissey, para ele escrever uma letra dessas.

Como letrista, Morrissey está sozinho. Ninguém lhe faz sombra. E nesse estilo naturalista, de descrição de situações e personagens, só consigo pensar em dois letristas que chegam perto: Ray Davies e Neil Young. Fica a dúvida: se Morrissey tivesse nascido no fim do século 19, faria sombra a Cole Porter? Por que não?

I WILL SEE YOU IN FAR OFF PLACES (letra)
Nobody knows what human life is. Why we come, why we go. So why then do I know I will see you, I will see you in far off places?
The heart knows why I grieve And yes one day I will close my eyes forever But I will see you I will see you in far off places
It's so easy for us to sit together But it's so hard for our hearts to combine And why? And why? Why? Why? Why? Why?
Destiny for some is to save lives But destiny for some is to end lives But there is no end And I will see you in far off places
If your god bestows protection upon you And if the USA doesn't bomb you I believe I will see you somewhere safe Looking to the camera, messing around And pulling faces

Faixas:
1. I Will See You In Far Off Places
2. Dear God, Please Help Me
3. You Have Killed Me
4. The Youngest Was the Most Loved
5. In the Future When All’s Well
6. The Father Who Must Be Killed
7. Life is a Pigsty
8. I’ll Never Be Anybody’s Hero Now
9. On The Streets I Ran
10. To Me You Are a Work of Art
11. I Just Want to See the Boy Happy
12. At Last I Am Born

Veja o vídeo de: "You Have Killed Me"
Ouça o Morrissey no MySpace: www.myspace.com/morrissey
Site oficial: http://www.morrisseymusic.com/
Post anterior do Morrissey: Tour 2002

Traffic - London 1970

A lendária banda de Steve Winwood, Traffic, numa apresentação em junho de 1970 em Londres. O Traffic foi responsável por um dos rocks mais viscerais dos anos 60/70.

1. Gimme Some Lovin
2. Mr. Fantasy
3. Empty Pages
4. Sad And Deep As You
5. Medicated Goo
6. Pearly Queen
7. 40,000 Headmen
8. Shouldn't Have Took More Than You Gave

SteveWinwood.com

My Bloody Valentine - Live Loom Tour

O My Bloody Valentine em sua última turnê entre 91 e 92. Uma das preferidas da casa.

1. When you sleep
2. I only said
3. Only shallow
4. Slow
5. Nothing much to lose
6. Noise
7. Blown a wish
8. You never should
9. Feed me with yr kiss
10. Soon
11. To here knows when
12. Honey power
13. You made me realize

Posts anteriores:
Peel Session, 1988
Live in Paris, Olympia 03/17/92

MyBloodyValentine.net

Two Gallants - 5 Songs

Os californianos Two Gallants incorporam-se a quase legião de duplas que emergiram da nova cena underground americana após o sucesso do White Stripes. Só que, desta vez, Adam Stephens (guitarra e vocal) e Tyson Vogel (bateria e vocal) não baseiam seu minimalismo sonoro no blues, como os conterrâneos citados e outros como os ótimos Soledad Brothers. O duo originário de San Francisco retorna ao mundo da folk music sessentista, com forte influência de Bob Dylan, em todos os sentidos. (...) A dupla desfila belas canções com poesia, sonoridade e arranjos dignos dos melhores momentos de Mr. Zimmerman.(...) a fórmula da dupla é 'garage-folk', que une a velha guarda do folk-blues, como Wilkins e Skip James, entre outros, com a pegada punk dos tempos modernos. Ainda entre os heróis da dupla está Leonard Cohen. (...)
(Captain Soul [colaborador de Senhor F.])

1. Las Cruces Jail
2. Waves Of Grain
3. Nothing To You
4. My Madonna
5. Train That Stole My Man

TwoGallants.com

Clor - Cloremix

Clor é uma das novas bandas inglesas, bastante interessante. Seu som vai do punk-rock mais urgente à música eletrônica, passando por um filtro popíssimo. Aqui, temos dois remix para ajudar a entendê-los.

1. Terrifying Wolf Attack (Infants Mix)
2. Goodbye (Remix)

Clor.co.uk

Re:combo - Re:mix

O Re:combo é mais que uma banda pop: um ensaio teórico sobre autoria e propriedade intelectual no século XXI feito para dançar.

Criado no Recife, cidade generosa em ritmos e estilos, responsável pela cena musical mais rica do Brasil nos ultimos 30 anos, o Re:combo tem como objetivo produzir música criativa, democrática e livre das amarras do conceito criminoso e antipático de propriedade intelectual.

Tendo consciência que o direito autoral foi criado pelos editores de livros durante a revolução trazida por Gutenberg, o Re:combo entende que editores de livros, música e afins vem enganando gerações e mais gerações de autores, falando do direito inalienável pelo usofruto da venda de suas peças "únicas" (com uma módica parcela sendo enviada para os cofres das empresa, claro).

Após um breve ensaio que historicamente começou nos anos 1930, com o lançamento de peças de John Cage tocando-com-discos e as experiências de Stockhausen com colagem de fitas magnéticas, dos cut-ups de William Burroughs até os scratches de DJ Spooky ficou claro que os conceitos de propriedade intelectual aplicados à música estavam caindo aos pedaços.

O Re:combo abre o conteúdo de suas músicas (seus loops e samples) bem como sua propria identidade para a criação de música criativa, dançante e transgressiva. Cenário ideal do futuro: uma série de recombos tocando e fazendo shows em cada cidade do mundo, compartilhando samples e loops com o único objetivo de fazer e tocar música.

1. Belzeburger (DexterWetRemix)
2. Curupira (N0-AgeMix)
3. Pela Raiz (SebbaMix)
4. Pombagira Cigana (HammerheadMabuseMix)
5. Pífaro Lisérgico (TotiMix)

Re:combo.art.br