Flávia Bittencourt - "Todo Domingos"
Por Beto Feitosa
Em seu segundo trabalho Flávia Bittencourt viaja na obra de Dominguinhos. O CD Todo Domingos, em edição independente, mostra uma cantora forte que ousa e experimenta. Ela coloca seu toque pessoal em cada uma das 12 releituras especialíssimas escolhidas na imensa obra do compositor.
Por ser de lá, na certa por isso mesmo. Flávia Bittencourt é de São Luis, Maranhão. Dominguinhos é de Garanhuns, Pernambuco. Os dois estados no Nordeste brasileiro, região de cultura rica e de forte identidade musical. Flávia e Dominguinhos são artistas do mundo. Ela, jovem e talentosa cantora atenta aos movimentos mais delicados de sua arte. Ele sanfoneiro e compositor consagrado, autor de diversos sucessos que permeiam o inconsciente coletivo. A mistura dos dois se mostra mágica em um álbum de nobre abordagem contemporânea.
Nesse encontro Flávia deita belíssima voz, cheia de ritmo, em clássicos como "Lamento sertanejo", "Tenho sede" e "Abri a porta". Com coragem chega até a "Eu só quero um xodó", música das mais presentes no dia-a-dia do país. E – pasmem – ela consegue trazer vida nova partindo de elementos do bumba-meu-boi e da música flamenca. Os arranjos foram maturados de maneira coletiva com a banda. “Geralmente eu penso na música, começo a cantá-la sozinha e as idéias começam a surgir”, conta Flávia. No disco passam arranjos assinados por Jayme Vignoli, Leandro Saramago, Luiz Flavio Alcofra, Silvério Pontes, Alessandro Cardoso, Gérson da Conceição, Charlles da Costa, Thiago França e Rogério Fernandes.
Flávia está irresistível em "Sete meninas", dessas gravações quentes que fazem até o chão dançar contagiado pelos metais e percussão. Ao mesmo tempo se mostra especialmente lírica na releitura delicada para "Tenho sede". E esquenta com tons de reggae "Abri a porta", hit pop do grupo A Cor do Som no início dos anos 80.
E a festa soma presenças. A celebração de Dominguinhos se estende a seus parceiros. Aqui um painel variado que vai de Gilberto Gil a Guadalupe; de Djavan a Manduka; de Toinho até Anastácia, a mais presente. Passa também a presença de Jorge Benjor, celebrado na música "O Babulina", lançada por Dominguinhos em 1976.
Mais eis que o próprio compositor se faz presente, voz agreste acolhedora e sanfona aconchegada no peito, na íntima "Diz amiga". A amiga em questão não resistiu e incluiu uma composição própria e inédita, "Seu Domingos", homenagem dentro da homenagem.
A difícil seleção de repertório parte de uma carreira de mais de 40 anos do compositor. Assim que revelou ao homenageado a intenção de fazer o disco, Flávia ganhou apoio de Dominguinhos que ofereceu a ela discos raros, em que ela mergulhou em horas de pesquisa. “Foi um processo difícil porque eu tinha material pra fazer alguns discos e tinha que escolher só 12 faixas. Mas também não queria deixar de lado alguns clássicos que são tão lindos”, revela.
A relação de Flávia Bittencourt com a música de Dominguinhos vem dos discos que o pai ouvia em casa. Mais tarde, já colegas de profissão, o encontro nos bastidores de um evento em que se apresentavam. O compositor convidou a cantora para interpretar o clássico De volta pro aconchego. O caminho de amizade levou Dominguinhos a participar do primeiro CD de Flávia, Sentidos, lançado em 2005.
O novo passo entrelaça ainda mais as histórias. Ele, longa estrada percorrida e em plena atividade levando sua música onde o povo está. Ela, segundo CD e construindo uma história sincera e apaixonada por sua música. Juntos em Todo Domingos, a voz de Flávia Bittencourt e a obra de Dominguinhos foram feitos um para o outro, basta ouvir.
MP3: Flávia Bittencourt - Abri A Porta
MP3: Flávia Bittencourt - Sete Meninas
Links: flaviabittencourt.com.br | mpb.com | last.fm | td2009/s2005
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Por Beto Feitosa
Em seu segundo trabalho Flávia Bittencourt viaja na obra de Dominguinhos. O CD Todo Domingos, em edição independente, mostra uma cantora forte que ousa e experimenta. Ela coloca seu toque pessoal em cada uma das 12 releituras especialíssimas escolhidas na imensa obra do compositor.
Por ser de lá, na certa por isso mesmo. Flávia Bittencourt é de São Luis, Maranhão. Dominguinhos é de Garanhuns, Pernambuco. Os dois estados no Nordeste brasileiro, região de cultura rica e de forte identidade musical. Flávia e Dominguinhos são artistas do mundo. Ela, jovem e talentosa cantora atenta aos movimentos mais delicados de sua arte. Ele sanfoneiro e compositor consagrado, autor de diversos sucessos que permeiam o inconsciente coletivo. A mistura dos dois se mostra mágica em um álbum de nobre abordagem contemporânea.
Nesse encontro Flávia deita belíssima voz, cheia de ritmo, em clássicos como "Lamento sertanejo", "Tenho sede" e "Abri a porta". Com coragem chega até a "Eu só quero um xodó", música das mais presentes no dia-a-dia do país. E – pasmem – ela consegue trazer vida nova partindo de elementos do bumba-meu-boi e da música flamenca. Os arranjos foram maturados de maneira coletiva com a banda. “Geralmente eu penso na música, começo a cantá-la sozinha e as idéias começam a surgir”, conta Flávia. No disco passam arranjos assinados por Jayme Vignoli, Leandro Saramago, Luiz Flavio Alcofra, Silvério Pontes, Alessandro Cardoso, Gérson da Conceição, Charlles da Costa, Thiago França e Rogério Fernandes.
Flávia está irresistível em "Sete meninas", dessas gravações quentes que fazem até o chão dançar contagiado pelos metais e percussão. Ao mesmo tempo se mostra especialmente lírica na releitura delicada para "Tenho sede". E esquenta com tons de reggae "Abri a porta", hit pop do grupo A Cor do Som no início dos anos 80.
E a festa soma presenças. A celebração de Dominguinhos se estende a seus parceiros. Aqui um painel variado que vai de Gilberto Gil a Guadalupe; de Djavan a Manduka; de Toinho até Anastácia, a mais presente. Passa também a presença de Jorge Benjor, celebrado na música "O Babulina", lançada por Dominguinhos em 1976.
Mais eis que o próprio compositor se faz presente, voz agreste acolhedora e sanfona aconchegada no peito, na íntima "Diz amiga". A amiga em questão não resistiu e incluiu uma composição própria e inédita, "Seu Domingos", homenagem dentro da homenagem.
A difícil seleção de repertório parte de uma carreira de mais de 40 anos do compositor. Assim que revelou ao homenageado a intenção de fazer o disco, Flávia ganhou apoio de Dominguinhos que ofereceu a ela discos raros, em que ela mergulhou em horas de pesquisa. “Foi um processo difícil porque eu tinha material pra fazer alguns discos e tinha que escolher só 12 faixas. Mas também não queria deixar de lado alguns clássicos que são tão lindos”, revela.
A relação de Flávia Bittencourt com a música de Dominguinhos vem dos discos que o pai ouvia em casa. Mais tarde, já colegas de profissão, o encontro nos bastidores de um evento em que se apresentavam. O compositor convidou a cantora para interpretar o clássico De volta pro aconchego. O caminho de amizade levou Dominguinhos a participar do primeiro CD de Flávia, Sentidos, lançado em 2005.
O novo passo entrelaça ainda mais as histórias. Ele, longa estrada percorrida e em plena atividade levando sua música onde o povo está. Ela, segundo CD e construindo uma história sincera e apaixonada por sua música. Juntos em Todo Domingos, a voz de Flávia Bittencourt e a obra de Dominguinhos foram feitos um para o outro, basta ouvir.
MP3: Flávia Bittencourt - Abri A Porta
MP3: Flávia Bittencourt - Sete Meninas
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