Wander Wildner - 6 Canções

PARAQUEDAS PARA UM CORAÇÃO BEAT
(por Marcelo Ferla )

O atual vocalista dos renovados Replicantes (e ex-vocalista dos mitológicos Replicantes), apesar de ter DNA roqueiro, surgiu na cena musical brasileira como um legítimo punk – mas vamos estabelecer desde o começo que todo punk é um roqueiro que simplifica as coisas, e isso torna as coisas bem mais simples, com o perdão da redundância.
Wander Wildner, o artista em questão, é um sujeito amável, apaixonado e visceral que vive em conflito (e quem não vive?). O que faz dele um artista pop é o dom de transformar os próprios conflitos em sons e versos diretos e pungentes.
Wander faz música com muita facilidade e, sobretudo, com muito coração. É um sujeito irracional, e isso é um elogio, pois é irracional na hora de fazer arte.
Compositor por instinto, e a veia instintiva talvez essa seja sua maior marca, ele é capaz de fazer versos como “meu cachorro vênus foi roubado / fiquei um pouco preocupado” ou “dois por dois mede o quarto da empregada / para mim ele vale muito / para outros não vale nada” soarem como pura poesia. Poesia em estado bruto, diga-se. Coisa de roqueiro que gosta das coisas simples.
Wander é do tipo que se expõe em tudo o que faz, que se define em cada verso. Ou, para facilitar ainda mais as coisas, em cada título. Pode-se dizer que ele é um garoto solitário, meio-hippie-meio-punk-meio-rajneesh, cuja vida oscila entre anjos & demônios mas que ainda acredita em milagres. É do tipo que segue no ritmo da vida, e nada pode descrever com tanta exatidão este roqueiro que gosta de transformar os conflitos em canções simples, feito um legítimo punk.
Verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock gaúcho desde que era cantor dos Replicantes – de hits como “Surfista Calhorda”, “Nicotina”, “Festa Punk”-, nos anos 80, Wander é bem mais do que um dos personagens seminais da cena sulista. A qualidade do seu trabalho está na universalidade dos temas, na busca de outras fronteiras, muito além do localismo reducionista que cataloga artistas em determinados feudos. Para além do reducionismo ele faz, naturalmente, um som além-fronteiras. E além dos rótulos, embora ele mesmo se auto-defina vez por outra e a força do personagem de sua estréia o acompanhe até hoje.
Quando estreou em carreira individual com o delicioso “Baladas Sangrentas” – de “Bebendo Vinho”, “Eu Tenho Uma Camiseta Escrita eu te Amo”, “Empregada” -, em 1996, Wanderley Luiz Wildner encarnou um artista que oscilava entre a virulência dos três acordes básicos e ternura das baladas de amor. Assim nasceu o punk brega, que cantava numa língua entre o espanhol e o português (mas não se tratava do popular “portunhol”, e sim um improvável “idioma paraguaio”, segundo Wander).
Em “Buenos Dias!”, o segundo álbum (1999), o idioma paraguaio está presente, mas a crueza punk predomina. Um dos motivos é a banda que acompanha Wander, formada por garotos que nasceram ouvindo Replicantes, a Chulé de Coturno. Eles não deixam de lado as baladas (como “Quase um Alcoólatra”), mas soam mais pesados ao revisitarem o Sangue Sujo (banda punk que Wander formou depois de deixar o Replicantes), em “Jesus Voltará”, The Jam/Camisa de Vênus, em “Passatempo”, ou em podreiras como (desculpe mais uma vez a redundância) “O Guaíba tá Podre!”.
Na terceira vinda, com o inacreditável título “Eu Sou Feio…mas Sou Bonito” (2001) - de “Anjos & Demônios”, “Damas da Noite”, “Mantra das Possibilidades” -, o punk brega está ainda mais diluído e o resultado é um Wander bem mais roqueiro.
Roqueiro ou punk, hippie, funk ou rajneesh, roqueiro, punk, hippie, funk e rajneesh, poeta que destila versos pelo mundo, estradeiro que trocou incenso e cabelos longos por coturnos e calças de couro, mariachi cyber-punk, trovador em tempos de internet, Wander ainda tem tempo para dividir sua carreira solo com e dedicar-se à banda em que começou. Como bom filho que retorna depois de um tempo fora, ele voltou a ser vocalista dos Replicantes, substituindo Carlos Gerbase (cineasta gaúcho, originalmente baterista do quarteto, mais tarde substituto de Wander nos vocais). O Repli, aliás, completou 21 anos de vida, excursionou pela Europa em 2003 e lançou o cd "Em Teste", com doze músicas inéditas em setembro de 2004.
Wander lançou em maio de2004 seu quarto disco (quinto se levarmos em conta “No Ritmo da Vida”), “Paraquedas do Coração”, que foi produzido por Tom Capone e será lançado em breve. Recheado de versões (Wander adora se intitular um “versionista”), como “Candy”, “Eu Acredito em Milagres”, “Ganas de Vivir” e “Hippie Punk Rajneesh”, e com canções inéditas como “Sonho de Verão” e “Rodando el Mundo”. Mais um capítulo da rica história deste baladeiro punk que faz literatura beat em forma de rock. Sem nenhum segredo, mas com muito coração.
2005 começa com a gravação do programa ACÚSTICO MTV BANDAS GAÚCHAS (Wander Wildner, Ultramen, Cachorro Grande e Bidê ou Balde). O programa estreiou no dia 29 de maio e já está à venda em CD e DVD. No dia 28 de julho iniciou a tour de lançamento do Acústico MTV Bandas Gaúchas com duas sessões no Salão de Atos da Reitoria da Ufrgs, com um público de 2.300 pessoas.

Músicas para download:
Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro
Eu Tenho Uma Camiseta Escrita Eu Te Amo
Eu Queria Morar Em Beverly Hills

Videos para download:
Um Lugar do Caralho
Quase Um Alcóolatra
Hippie-Punk-Rajneesh

WanderWildner.com.br

3 comentários:

Anônimo disse...

como alguém pode gostar disso?Que lixo

Anônimo disse...

Que bosta de site!!!!!!!
Eu só queria ouvir música

Heber disse...

Cara, tem outros sites/blogs em você pode ouvir só música.
Quando fizer um comentário desses, por favor, se justifica e assina.

Abraço!