(em 13/05/2006 por Hugo Montarroyos)
Direto aos fatos e sem maiores embromações: Homem-Espuma, segundo disco do Mombojó, não aceita meio-termo. Ou seja, será amado e odiado na mesma intensidade. É o tipo de obra que não deixa lugar para se pendurar em cima do muro. Por quê? Talvez porque o Mombojó, precocemente, tenha de fato assimilado o clichê do amadurecimento musical. Só que no caso deles é surpreendente. A música que se ouve nas 14 faixas do novo trabalho mostra uma maturidade absurda se for levada em conta a idade deles.
Homem-Espuma supera Nadadenovo em vários aspectos: as canções estão mais complexas; mas mesmo assim não perdem a veia pop. As letras estão mais buriladas, trabalhadas. A canção título sintetiza muito bem tal fenômeno: guitarra suingada, sopros na medida e cordas ao fundo, tudo permeado por um teclado bem Jovem-Guarda. Mas o mais bacana de tudo é que o Mombojó conseguiu o que muita banda ainda se esforça em alcançar: a tal da identidade. Vai ter gente dizendo que eles estão parecidos com Los Hermanos, com Mundo Livre S/A ou com uma banda que mistura jazz com chorinho. Besteira. O Mombojó se parece com o Mombojó. E mais nada.
Com produção impecável de Ganjaman e Lúcio Maia, Homem-Espuma já surge como favorito aos principais prêmios de melhores do ano. Tom Zé recria seu clássico “Tô” em duelo vocal com Felipe S. na ótima “Realismo Convincente”. Felipe também não faz feio ao lado de Céu em “Tempo de Carne e Osso”, balada psicodélica comovente. Aliás, uma das características do disco é que ele parece englobar várias canções em uma só música, devido ao sistemático uso de mudança de andamento. Sabendo dosar bem a tecnologia, sem torná-la enfadonha ou desnecessária, a banda achou seu caminho no equilíbrio entre o passado e o futuro. O uso constante de flauta e demais instrumentos de sopro atinam para uma direção que já era timidamente explorada no disco anterior. Ou seja, Homem-Espuma mergulha de cabeça na piscina do inusitado, sem ligar para os riscos ou conseqüências. Só eles seriam capazes de gravar algo como “Swinga” sem cair no ridículo. Ouça. E depois ame ou odeie.
1. O Mais Vendido
2. Novo Prazer
3. Homem-Espuma
4. Realismo Convincente
5. Tempo de Carne e Osso
6. Swinga
7. Saborosa
8. Fatalmente
9. Vídeo-Game
10. Pára-Quedas
11. Desencanto
12. Singular
13. Vazio e Momento
14. Minar
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Ela Voltou Diferente (cover de Odair José)
A Missa (Recombo rollin mix - demo 99)
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Site da banda: Mombojó - Site Oficial
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Um comentário:
bom .... um amigo me falou que era algo parecido com los hermanos, cordel de fogo encantado ... bom baixe ... e constatei que nao tinha nada a ver com que meu amigo falava .... mombojo eh uma mistura de n sons ... coleque Portishead , bjork , sonic youth , radiohead e caira em "eh de lagrimas do los hermanos" ... adiciona ai flautas do gilberto gil,por que nao um poco de jorge bem, a influencia indiscutivel de um som regionalista e letras seguindo linha chico Science e descobrirah mombojo ......
Homem espuma eh excelente ... "o mais vendido" pra mim lembra muito " sonho bom" do gram ... “Realismo Convincente” eh um show a parte " eu preciso salvar o mundo mesmo que eu nao ganhei nada com isso nao " uma evolucao para indiscutivel do primeiro cd para o segundo tanto na letra como no instrumental...inacreditavel
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