Morrissey - Personal Festival, Buenos Aires, Argentina, 06/11/2004

(...) Stephen Patrick Morrissey está no local. O público, cerca de 20 mil pessoas, aguardava ansiosamente a entrada do mito. Bastou um barulho no palco para a correria movimentar o Main Stage. Era apenas a introdução ao show, marcando a entrada da banda e do vocalista. Antes de abrir a boca, Morrissey reuniu o grupo na frente do público e se curvou em sinal de agradecimento. Suas quatro primeiras palavras: "Cry for me, Argentina". O local foi ao delírio.

Vestido de reverendo, (uma roupa toda preta com um pequeno detalhe branco na gola), Morrissey arrasou com cinismo, clássicos dos Smiths e extremo bom humor. O que dizer de um show de Morrissey cuja segunda música é How Soon Is Now?, a quinta é Bigmouth Strikes Again e a última (ou décima sexta, como quiseres), There Is A Light That Never Goes Out? No território The Smiths ainda teve Shoplifters Of The World Unite e Rubber Ring, além de clássicos solo como November Spawned A Monster, Everyday Is Like Sunday, Such A Little Thing Makes, Such A Big Difference e The More You Ignore Me, The Closer I Get e novas como Irish Blood, English Heart e I Like You.

Porém, o que mais impressionou foi o cinismo, o sarcasmo e o excelente humor de Morrissey. Uma canção após pedir para que os argentinos chorassem por ele, emendou, entre risos: "Eu gostaria de dizer que fizemos um show em nosso lugar favorito... Santiago". A vaia geral dos portenhos só fez o cantor rir mais. Adiante, outra brincadeira: "Eu vendo muitos discos em Santiago, vendo muito em Montevidéu, e em Buenos Aires eu vendi apenas uma cópia". Mais para frente, antes de apresentar a próxima música: "Seria uma idéia horrível, mas, Let Me Kiss You". Reclamou do microfone: "Não consigo me ouvir daqui, minha voz parece com a de um sapo. Vocês sabem que eu sou um sapo, não sabem?". E fez mais: engrossou o coro de "Morrissey-Morrissey-Morrissey" puxado pela platéia, claro, sarreando. Disse que a banda não merecia tanta bajulação, ia à beira do palco apertar a mão de quem era retirado do burburinho e, ao apresentar o grupo, finalizou: "E eu sou Jean Cocteau", em alusão ao cineasta francês dos anos 20 e 30 que inspirou o nome do grupo Cocteau Twins.

No momento sério da noite, repetiu, duas vezes, pedindo para que o público prestasse atenção: "Há algo que eu não consigo parar de pensar. Há algo que eu não consigo parar de pensar: Quem irá nos salvar de George W. Bush?", emendando The World Is Full Of Crashing Bores, do disco novo. Em pouco mais de uma hora e meia, Morrissey mostrou que os brasileiros perderam muito com sua ausência no País. (...)

Setlist:
1. First Of The Gang To Die
2. How Soon Is Now?
3. November Spawned A Monster
4. I Like You
5. Bigmouth Strikes Again
6. Such A Little Thing Makes Such A Big Difference
7. Subway Train (into) Everyday Is Like Sunday
8. Let Me Kiss You
9. Shoplifters Of The World Unite
10. Irish Blood, English Heart
11. The World Is Full Of Crashing Bores
12. How Can Anybody Possibly Know How I Feel?
13. Now My Heart Is Full
14. Rubber Ring
15. The More You Ignore Me, The Closer I Get
16. There Is A Light That Never Goes Out


DOWNLOAD via MegaUpload

(por Marcelo Costa, editor do Scream & Yell)

itsmorrisseysworld.com | myspace.com/morrissey | morrissey-solo.com | askmeaskmeaskme.com

CDs & MP3s: BuscaPéMercadoLivreSubmarinoAmazonCD UniverseInsound7digital

Nenhum comentário: