Lucas dos Anjos lança primeiro disco intimista e sofisticado
Parceria com Felipe Fantoni acerta arranjos e o tom certo para composições
[por Gustavo Reis]
Está lançado o primeiro CD de Lucas dos Anjos, Continua. Feito de forma completamente independente, esse primeiro álbum surgiu da idéia de Felipe Fantoni, produtor e diretor musical (junto com Lucas) do álbum. O resultado: oito músicas próprias de Lucas e um cover, Meu vício é você, de Adelino Moreira, todas com arranjos de Fantoni e Lucas e de audição surpreendente: leve e descompromissadamente refinada.
Continua foi todo gravado no home estúdio de Felipe Fantoni entre outubro de 2006 e janeiro de2007 Além de Fantoni, participaram também o tecladista André Lima, o baterista e percussionista Luiz Paulo e as cantoras Clarisse Raposo e Christina Rosa. Na faixa Meu vício é você, Sara Svat participa com o acordeón. Fantoni é figurinha carimbada quando se fala em contrabaixo em BH e tem se apresentado com Pedro Morais, Júlia Ribas, Kiko Klaus e Selmma Carvalho; André Lima foi tecladista do Berimbrown, Black Sonora, Nono Osso, Márcio Brant, Ian Guedes, Selmma Carvalho, Júlia Ribas e, atualmente, é integrante das bandas Cumbaquê, Poizé e Refinaria; e Luiz Paulo era o baterista do Berimbrown antes de se mudar para a Europa.
As composições foram feitas entre maio e dezembro de 2006 sempre de forma muito particular e rápida: “O que me inspira é, antes de tudo, fazer algo que é meu e que faz sentido pra mim. Nesse processo, não sei precisar que estado de espírito me influência mais. Já fiz músicas me afogando em lágrimas e dobrando de rir. Mas sempre sozinho. E sempre as acabava rapidamente, finalizando com a gravação no computador de casa”, conta Lucas. As influências musicais do cantor ficam claras em Continua: Lenine, Paulinho Moska, Cássia Eller, Zeca Baleiro, Wado, Los Hermanos, Mombojó e, claro, a bagagem de serestas, sambas e sambas-canção, trazida da infância e adolescência em Sete Lagoas.
Lucas considera a simplicidade o ponto forte do álbum. “As músicas e todo o processo foram despretenciosos e o álbum me soa assim: bem sincerão, intimista, agradável, tranqüilo, de sonoridade palatável, simples e, ao mesmo tempo, sofisticado nos arranjos. As letras são meio de confessionário e isso pode ser legal”. Outro ponto forte do disco é a qualidade dos músicos e a participação deles em cada faixa, traduzindo o que se quis dizeremcada música.
A idéia inicial de gravar um repertório cover para tocar em bares e casas noturnas evoluiu para a gravação de um demo despretensioso a partir do material de autoria de Lucas dos Anjos registrado precariamente no computador. E deu certo! O custo da gravação foi baixíssimo, considerando o gabarito dos músicos. O maior montante do orçamento ficou para a prensagem do CD, de alto nível. O processo mais cuidadoso e que levou mais tempo foi a mixagem e masterização do áudio, feitos por Fantoni com brilhantismo: dificilmente se vê um resultado como o que se pode conferir em um home studio.
Lucas é autoditada no violão e teve algumas aulas para melhorar o conhecimento teórico. “É um currículo sonoro que me servirá como um registro de qualidade (ou não). Mas entenda profissionalização como algo despretensioso como o resto, quero é tocar e Continuar o processo, por isso o CD Continua é um grito pra mim mesmo. E tomara que dê certo”.
Faixa a Faixa:
1. Nem eu (Lucas dos Anjos)
Balada hit certeiro: letra “fundo do poço”, voz e violões delicados, contrabaixo avolumando o ambiente com a discrição de Fantoni, o teclado retrô na medida certa e a bateria definindo o clima de fim de tarde na praia. A música abre o disco com chave mais que de ouro e aponta para o que vem pela frente no álbum. Vale ainda o rótulo de primeiro hit do álbum.
2. Continua (Lucas dos Anjos)
O baixo marcado e a bateria fagueira daquele jazz das antigas, cabaresco, dão o tom charmoso a “Continua”, um quase pedido de ajuda: entra muito bem na seqüência do trabalho. O teclado dá o clima de desamparo que a letra ora pede e fecha o arranjo com a precisão de acertar no tom. “E acabou”!
3. Aqui se faz, aqui se paga (Lucas dos Anjos)
O violão da bossa-nova ganha uma cama suingada do contrabaixo numa das melhores letras do disco. A voz de Lucas vem clara e mais solta, assim como em Continua, e prossegue coerente na seqüência do álbum.
4. É tão tarde (Lucas dos Anjos)
A percussão e o baixo arrastados dão o tom certo ao lamento da canção, que leva uma roupagem clean ao estilo que lembra Paulinho Moska.
5. Eu tento (Lucas dos Anjos)
Faixa com a levada mais contemporânea até aqui: cabem nela Los Hermanos, Roberto Carlos, Bonsucesso Samba Clube e Mombojó. A letra ganha um tom mais prosaico assim como a interpretação e a guitarra, ora reverberada lembrando Mombojó, ora marcial, apontando aos Los Hermanos, vão bem demais, obrigado, em perfeita sintonia com o clima vassourinha na caixa.
6. Pelo ar (Lucas dos Anjos)
De volta ao clima sofisticado no disco, esta canção acerta em cheio na métrica de letra e melodia. As programações retrô detalhadas, a levada suingue-balada, o violão dedilhado, o baixo inteligente e o backing vocal etéreo fazem justiça ao nome da música. Outro hit do disco.
7. Meu vício é você (Adelino Moreira)
Única faixa que não é de autoria de Lucas dos Anjos, “Meu vício é você” (não, ela não se chama boneca de trapo!), de Adelino Moreira, ganhou uma versão voz/ baixo/acordeon, dando destaque à interpretação. A escolha dela para o disco aponta o tom de ironia presente no trabalho de Lucas, que, até agora, passou mais discreto aos não iniciados no mineirismo de raiz.
8. Suas cores (Lucas dos Anjos)
Voz e violão melancólicos numa bela canção dedilhada ao estilo de Cartola, Nelson Gonçalves e velha guarda.
9. Infinitivo Esperar (Lucas dos Anjos)
O clima acertado das programações dá uma áurea chuvosa ao violão e voz melancólicos, enquanto o contrabaixo joga peso no conjunto. O resultado é uma canção triste com ares contemporâneos.
| Download via Badongo | Download via Tramavirtual |
Sites: lucasdosanjos.com | myspace | tramavirtual | orkut
Info & Buy: BuscaPé • MercadoLivre • Submarino • Amazon • CD Universe • Insound • 7digital
Parceria com Felipe Fantoni acerta arranjos e o tom certo para composições
[por Gustavo Reis]
Está lançado o primeiro CD de Lucas dos Anjos, Continua. Feito de forma completamente independente, esse primeiro álbum surgiu da idéia de Felipe Fantoni, produtor e diretor musical (junto com Lucas) do álbum. O resultado: oito músicas próprias de Lucas e um cover, Meu vício é você, de Adelino Moreira, todas com arranjos de Fantoni e Lucas e de audição surpreendente: leve e descompromissadamente refinada.
Continua foi todo gravado no home estúdio de Felipe Fantoni entre outubro de 2006 e janeiro de2007 Além de Fantoni, participaram também o tecladista André Lima, o baterista e percussionista Luiz Paulo e as cantoras Clarisse Raposo e Christina Rosa. Na faixa Meu vício é você, Sara Svat participa com o acordeón. Fantoni é figurinha carimbada quando se fala em contrabaixo em BH e tem se apresentado com Pedro Morais, Júlia Ribas, Kiko Klaus e Selmma Carvalho; André Lima foi tecladista do Berimbrown, Black Sonora, Nono Osso, Márcio Brant, Ian Guedes, Selmma Carvalho, Júlia Ribas e, atualmente, é integrante das bandas Cumbaquê, Poizé e Refinaria; e Luiz Paulo era o baterista do Berimbrown antes de se mudar para a Europa.
As composições foram feitas entre maio e dezembro de 2006 sempre de forma muito particular e rápida: “O que me inspira é, antes de tudo, fazer algo que é meu e que faz sentido pra mim. Nesse processo, não sei precisar que estado de espírito me influência mais. Já fiz músicas me afogando em lágrimas e dobrando de rir. Mas sempre sozinho. E sempre as acabava rapidamente, finalizando com a gravação no computador de casa”, conta Lucas. As influências musicais do cantor ficam claras em Continua: Lenine, Paulinho Moska, Cássia Eller, Zeca Baleiro, Wado, Los Hermanos, Mombojó e, claro, a bagagem de serestas, sambas e sambas-canção, trazida da infância e adolescência em Sete Lagoas.
Lucas considera a simplicidade o ponto forte do álbum. “As músicas e todo o processo foram despretenciosos e o álbum me soa assim: bem sincerão, intimista, agradável, tranqüilo, de sonoridade palatável, simples e, ao mesmo tempo, sofisticado nos arranjos. As letras são meio de confessionário e isso pode ser legal”. Outro ponto forte do disco é a qualidade dos músicos e a participação deles em cada faixa, traduzindo o que se quis dizeremcada música.
A idéia inicial de gravar um repertório cover para tocar em bares e casas noturnas evoluiu para a gravação de um demo despretensioso a partir do material de autoria de Lucas dos Anjos registrado precariamente no computador. E deu certo! O custo da gravação foi baixíssimo, considerando o gabarito dos músicos. O maior montante do orçamento ficou para a prensagem do CD, de alto nível. O processo mais cuidadoso e que levou mais tempo foi a mixagem e masterização do áudio, feitos por Fantoni com brilhantismo: dificilmente se vê um resultado como o que se pode conferir em um home studio.
Lucas é autoditada no violão e teve algumas aulas para melhorar o conhecimento teórico. “É um currículo sonoro que me servirá como um registro de qualidade (ou não). Mas entenda profissionalização como algo despretensioso como o resto, quero é tocar e Continuar o processo, por isso o CD Continua é um grito pra mim mesmo. E tomara que dê certo”.
Faixa a Faixa:
1. Nem eu (Lucas dos Anjos)
Balada hit certeiro: letra “fundo do poço”, voz e violões delicados, contrabaixo avolumando o ambiente com a discrição de Fantoni, o teclado retrô na medida certa e a bateria definindo o clima de fim de tarde na praia. A música abre o disco com chave mais que de ouro e aponta para o que vem pela frente no álbum. Vale ainda o rótulo de primeiro hit do álbum.
2. Continua (Lucas dos Anjos)
O baixo marcado e a bateria fagueira daquele jazz das antigas, cabaresco, dão o tom charmoso a “Continua”, um quase pedido de ajuda: entra muito bem na seqüência do trabalho. O teclado dá o clima de desamparo que a letra ora pede e fecha o arranjo com a precisão de acertar no tom. “E acabou”!
3. Aqui se faz, aqui se paga (Lucas dos Anjos)
O violão da bossa-nova ganha uma cama suingada do contrabaixo numa das melhores letras do disco. A voz de Lucas vem clara e mais solta, assim como em Continua, e prossegue coerente na seqüência do álbum.
4. É tão tarde (Lucas dos Anjos)
A percussão e o baixo arrastados dão o tom certo ao lamento da canção, que leva uma roupagem clean ao estilo que lembra Paulinho Moska.
5. Eu tento (Lucas dos Anjos)
Faixa com a levada mais contemporânea até aqui: cabem nela Los Hermanos, Roberto Carlos, Bonsucesso Samba Clube e Mombojó. A letra ganha um tom mais prosaico assim como a interpretação e a guitarra, ora reverberada lembrando Mombojó, ora marcial, apontando aos Los Hermanos, vão bem demais, obrigado, em perfeita sintonia com o clima vassourinha na caixa.
6. Pelo ar (Lucas dos Anjos)
De volta ao clima sofisticado no disco, esta canção acerta em cheio na métrica de letra e melodia. As programações retrô detalhadas, a levada suingue-balada, o violão dedilhado, o baixo inteligente e o backing vocal etéreo fazem justiça ao nome da música. Outro hit do disco.
7. Meu vício é você (Adelino Moreira)
Única faixa que não é de autoria de Lucas dos Anjos, “Meu vício é você” (não, ela não se chama boneca de trapo!), de Adelino Moreira, ganhou uma versão voz/ baixo/acordeon, dando destaque à interpretação. A escolha dela para o disco aponta o tom de ironia presente no trabalho de Lucas, que, até agora, passou mais discreto aos não iniciados no mineirismo de raiz.
8. Suas cores (Lucas dos Anjos)
Voz e violão melancólicos numa bela canção dedilhada ao estilo de Cartola, Nelson Gonçalves e velha guarda.
9. Infinitivo Esperar (Lucas dos Anjos)
O clima acertado das programações dá uma áurea chuvosa ao violão e voz melancólicos, enquanto o contrabaixo joga peso no conjunto. O resultado é uma canção triste com ares contemporâneos.
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