Ócio - Mood Swings


“Por que a gente não grava um disco?”

Em 2004 o Ócio chega à conclusão que está ralando demais pra gravar só uma demo e decide se arriscar num disco independente. Os ensaios já estavam sendo feitos na Casa Alta, onde moravam Larica e integrantes do Solana. Daniel também se muda para o que seria transformado em Casa Alta Produções e a banda fica enclausurada, dando início à pré-produção de “Mood Swings”, com o produtor Sérgio Benevenuto. Bem, no decorrer deste parágrafo já estamos em 2005, e em agosto iniciam-se as gravações no estúdio Casa da Floresta, com Ricardo Mendes na técnica. No final do ano o disco estava pronto, e seria lançado em 2006.
(* release do álbum)

Entre idas e vindas, o Ócio está na ativa desde 1999. Depois de gravar duas demos e receber uma série de críticas positivas, a banda decidiu partir para a gravação de um álbum independente, mas, sem dispor da verba necessária para tamanha empresa, Daniel Furlan (vocalista/ guitarrista) tomou "emprestado" o dinheiro que estava destinado ao seu aparelho ortodôntico e se mandou para a Inglaterra.
Chegando à terra do adúltero Príncipe Charles, trabalhou ilegalmente como vendedor de janelas, faxineiro e assistente de cozinha, conseguindo, desta forma, dinheiro suficiente para gravar o disco. Acompanhado por Patrick Preato, baterista famoso pela brutalidade com que "toca" seu instrumento, e Rodrigo Larica, baixista de naturalidade londrina, Daniel conseguiu gravar o CD, em detrimento de seus dentes, que continuam fora do lugar.
Assim nasceu "Mood Swings", CD de estréia do Ócio, que faz jus a todo o esforço que a banda despendeu para gravá-lo. O resultado soa como uma espécie de blues-rock com pitadas de grunge, hard rock, country rock e até punk. É provável que nenhum desses gêneros ou subgêneros consiga descrever o som que a banda faz, mas todos, em maior ou menor escala, estão presentes no trabalho.
Além de muito vigor e punch, "Mood Swings" consegue uma boa dose de originalidade, ainda que o Ócio seja um trio formado apenas por guitarra, baixo e bateria, não contando com quaisquer elementos de apoio ou adorno, que, no balanço final, não fazem mesmo a menor falta, afinal, como diria o velho e bocudo Mick Jagger, "é apenas rock'n'roll, mas eu gosto".
As letras, proferidas em excelente inglês, discorrem sobre o mundo particular do compositor, com tintas de desespero e indiferença, no melhor estilo grunge. Se você, poliglota leitor, fechar os olhos e puser "Mood Swings" para tocar bem alto, vai acabar esquecendo que se trata de uma banda brasileira, eu garanto.
(*por Leandro Becker - 20/08/2006)

1. Surprise, Surprise
2. Give Up
3. Comfort Blues
4. A Little Dizzy
5. The King Of The Gas Station
6. The Unbelievable Pleasure of Frustration
7. Worse
8. Natural Born Cleaner (part I)
9. Natural Born Cleaner (part II)
10. The GP Song
11. Livingstone Road

Créditos: MP3 Magazine

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