Renato Russo: 10 Anos Depois

Dez histórias que os fãs de Renato Russo não gostariam de ouvir.

"Acredito que não existem heróis", dizia Renato Russo na entrevista promocional de seu segundo disco solo, Equilibrio Distante. "A gente pode ter pessoas espetaculares. Existem figuras espiritualizadas, religiosas, que são grandes modelos para a humanidade, mas, assim, na verdade todo mundo é igual. Não acredito que eu tenha uma verdade a mais. E principalmente a juventude. Se a juventude cai nesse erro de acreditar que sim, eles vão acabar descobrindo que o ídolo deles tem pés de barro e isso é uma coisa desagradável."

Quando se completam 10 anos da morte de Renato, uma análise oportuna de sua imagem pública revela o quão distante ela está do ponto em que o artista a deixou em 1996. Há livros, sites, comunidades, fã-clubes, bandas cover, especiais de TV, relançamentos, coletâneas, DVDs, shows-tributo e exposições - tudo para "manter viva a memória" do cantor. Evidentemente, a maior parte desse material conduzido por gente que mal conheceu o ideário de Renato. E, normalmente, colaborando para reduzir a sua imagem a uma inumana figura santificada, pastoral e inofensiva.

Para descobrir qual o verdadeiro Renato Russo - o homem, muito mais profundo e controverso, do que gostariam os que cuidam de seu espólio- a Bizz se valeu de depoimentos sem-censura de dez pessoas que conviveram de perto com ele, dos seus colegas de Legião Urbana, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, até sua mãe, Dona Carminha Manfredini:

- "Ouvi o psiquiatra dizer que meu filho não era realmente homossexual, ele queria quebrar barreiras." (Dona Carminha Manfredini, mãe de Renato Russo)

- "Nos anos 80, eu perguntei ao Renato sobre a nossa história em Brasília, de termos sido tão companheiros, se aquilo tinha algum significado para ele... Ele falou: 'Fê, aquilo passou, cara. Já era.'" (Fé Lemos, do Capital Inicial, baterista da primeira banda de Renato, o Aborto Elétrico)

- "Era um saco, ele tocando violão, sozinho. A gente jogava moeda no palco e gritava: 'Toca Cauby!'." (Philippe Seabra, da Plebe Rude, sobre a fase "Trovador Solitário" de Renato)

- "Ele vivia falando em tudo quanto era entrevista que teve uma vez em que a Legião foi presa em Minas Gerais... Meu, em São Paulo a gente era preso todo fim de semana, apenas por sermos punk!" (Clemente, dos Inocentes)

- "Renato era muito respeitoso com a gravadora. Era o Marcelo Bonfá que o impulsionava a fazer malcriação." (Jorge Davidson, ex-diretor da EMI)

- "Ele gostava de passar um filme brasileiro de sacanagem e de me ouvir cantando Justify my Love, da Madonna." (Maurício Branco, ator)

- "Disse a Rosemeire que não procurasse o Giuliano pela mídia, mas que fosse falar com a família de Renato. Ela disse 'eu já procurei, mas eles não querem me ver'." (Audemir Leuzing, editor, sobre a verdadeira mãe do filho de Renato Russo, Rosemeire Michelucci)

- "Abri a porta, ele me abraçou e, com o exame na mão, disse que estava soropositivo." (Leonice Coimbra, artista plástica, amiga de Renato)

- "Ele vinha questionando meus métodos de mixagem, até que um dia, chegou e me disse: 'Ó, fiz a minha parte, vai aí e mixa o disco'." (Dado Villa-Lobos, sobre a última briga da Legião Urbana)

- "Estávamos mal, anunciando o fim da Legião. Enquanto isso, outras pessoas registravam o nome da banda, nossa marca." (Marcelo Bonfá)

*Dia 20 de outubro confira dois depoimentos inéditos sobre Renato Russo!
*Mais Legião Urbana na edição 206 da revista Bizz.
*Especial Renato Russo no Portal Abril

*Texto extraído do site da Bizz. O texto integral, só na revista.

2 comentários:

Anônimo disse...

Desculpe a franquesa, mas esperava mais de uma revista que foi tão importante para os anos 80!
Francamente, lançar uma revista com as 10 histórias que os fãs de renato russo não gostariam de saber. Renato Russo, tinha uma inteligencia impar, e focou sua vida em seu grande projeto que era ter a maior banda de Rock deste país, realizou seu projeto na plenitude. Nenhum jornalista que em poucos dias será completamente esquecido tem o direito de tentar derrubar um mito, ou ainda usar isso para simplemente vender revista (o que foi o caso) Ele tinha todo o direito de ser e dizer o que quizesse a quem quizesse que isso de modo algum diminuiria a sua grandeza.

Anônimo disse...

Desculpe a franquesa, mas esperava mais de uma revista que foi tão importante para os anos 80!
Francamente, lançar uma revista com as 10 histórias que os fãs de renato russo não gostariam de saber. Renato Russo, tinha uma inteligencia impar, e focou sua vida em seu grande projeto que era ter a maior banda de Rock deste país, realizou seu projeto na plenitude. Nenhum jornalista que em poucos dias será completamente esquecido tem o direito de tentar derrubar um mito, ou ainda usar isso para simplemente vender revista (o que foi o caso) Ele tinha todo o direito de ser e dizer o que quizesse a quem quizesse que isso de modo algum diminuiria a sua grandeza.

Renato Hernan