Red Run - Red Book Magazine

"Maluco, é o seguinte: pluga essa merda, gira o botão do overdrive até o fim e senta a porrada!". Não, eu nunca estive presente aos ensaios da Red Run, mas imagino que frases como esta devam ser lugar comum entre os integrantes da banda. Pode ficar despreocupado, horrorizado leitor, pois ao ouvir os primeiros acordes de "Hard Shine" você compreenderá o que estou dizendo e talvez até concorde comigo.
"Red Book Magazine", CD de estréia da Red Run, conta com a produção mínima necessária (leia-se interferência externa) e traz apenas a banda tocando, nada de adornos ou ruídos que não sejam produzidos pelos 4 músicos. O som é um rock híbrido que oscila entre grunge, lo-fi, punk rock e britpop, com guitarras ora sujas ora robóticas, levadas de bateria cheias de punch e baixos vigorosos. Letras em inglês sustentadas por ótimas melodias vocais fecham o conceito do trabalho.
Introduzido pela abertura original do seriado "Além da Imaginação" (Twilight Zone), "Red Book Magazine" é o próprio cartão de visitas do inferno. "Hard Shine" alia velocidade, guitarras sujas e vocais demoníacos; "Dead Sound" vem com uma pegada forte e um riff de guitarra que lembra os Strokes do primeiro CD; "Take a Sedative" tem andamento mais lento e remete ao britpop; e "Little Molly" encerra a primeira metade do disco com uma levada punk rock.
A segunda parte do CD é um pouco menos homogênea, mas não menos interessante: "Never Love" é a "babinha" que mostra que roqueiro também tem coração; "In The Room" é recheada de power acordes e retoma o clima punk; "Come Down" e "Over" encerram o CD ocupando a mesma faixa, separadas por longos 3 minutos de silêncio. A primeira tem tintas de punk rock oitentista e a segunda é a canção mais lenta e viajante de todo o disco.
"Red Book Magazine" é um CD que merece ser comprado, pois além de um bom trabalho traz um encarte muito caprichado cuja capa reproduz uma revista dos anos 50 que, segundo o vocalista Thiago Montana, apresentava garotas nuas. O próprio CD é a réplica fiel de um disco de vinil, com rótulo, ranhuras e tudo mais. Um luxo só. Para aquela rapaziada que não passa sem "pogar" numa rodinha e não dispensa um "mosh" suicida, "Red Book Magazine" é um álbum indispensável.
(Texto por Leandro Becker - 20/09/2006)

1. Intro
2. Hard Shine
3. Dead Sound
4. Take a Sedative
5. Little Molly
6. Never Love
7. In The Room
8. Come Down / Over

Créditos e agradecimentos: mp3magazine
Site/blog: redrun

Um comentário:

Anônimo disse...

Red Run é de primeira!